ESPIRITO, ALMA E CORPO
DEFINIÇÃO
1- ALMA
O Termo alma representa o hebraico nephesh, que em muitas outras
passagens se traduz por “vida” ou criatura.
Usa-se esse vocábulo a respeito dum ser vivo (Gn 17. 14; Nm 9.13, etc.);
e dos animais, como criaturas (Gn 2.19, 9.15, etc.); e da alma como substancia
distinta do corpo (Gn 35.18); da vida animal (Gn 2.7; note-se a aparente
identificação com o sangue, Lv 17.14; e Dt 12.23); da alma como sede dos
afetos, sensações e paixões, sendo suscetivel de angústia (Gn 42.21), de aflição
(Lv 16.29), de desanimo (Nm 21.5), de desejo (Dt 14.26), de aborrecimento (SI
107. 18); e sendo, também, capaz de comunicação com Deus. çomo vinda Dele (Ez
18.4). desejando-O (SI 42.1, Is 26.9), regozijando-se Nele (SI 35.9; Is 61.10),
confiando Nele (Sl 57.1), adorando-O (SI 86.4, 104.1), mas pecando contra Deus
e fazendo mal a si própria (Jr 44.7; Ez 18.4; Mq 6.7).
No Novo Testamento é o termo “alma’ a tradução do grego “psyché”, que,
como nephesh, é muitas vezes traduzido por “vida”. Usa-se acerca do
homem individual (At 2.41; Rm 13.1: 1 Pe 3.20); da vida animal
sensitiva, com as suas paixões e desejos, distinguindo-se do Corpo (Mt 10.28) e
do espírito (Lc 1.46; 1 Ts 5.23; Hb 4.12).
A alma é suscetível de perder-se (Mt 16.26); de ser salva (Hb 10.39; Tg 1.21);
e de existir depois da separação do corpo (Mt 10.28; Ap 6.9; 20.4).
2- ESPÍRITO
A palavra “espírito” no Antigo Testamento é, com duas exceções,
uma tradução do termo hebraico ruach, que também tem a sua
significação literal de “vento” (Gn 8.1, etc.), sendo em muitas passagens
traduzido por “sopro”, com aplicação ao ar respirado (Jó 17.1; Is 2.22) e à
frase “fôlego de vida” (Gn 6.17; 7.15; cp com Sl 104.29, e Ez 37.8). Deste modo
é naturalmente empregada a palavra acerca do principio vital, o principio
da vida animal (anirna, psyché), quer se trate de homens ou de animais
(“fôlego”, Ec 3.19); de homens (Gn 45.27; Nm 16.22; Jó 10.12; SI 104.29; Ec
12.7; Is 38.16; 57.16). Noutras passagens refere-se ao principio espiritual ou
à alma racional (anomus, pneuma). Neste sentido é o espírito a sede das
sensações e das emoções; ele é altivo (Pv 16.18), atribulado (1Sm 1,15),
humilde (Pv 16.19); tornam-se nele subjetivas as graças divinas (Sl 51.10; Ez
11,19; 36.26).
No Novo Testamento, o espírito (pneuma ), como faculdade
divinamente concedida, pela qual o homem pode pôr-se em comunhão com Deus,
distingue-se do aos próprio caráter natural (psyché); veja-se
especialmente 1Co 2.10 a 16. A Bíblia claramente faz supor a
existência do espírito, separado do corpo depois ela morte (Lc 24.37, 39; Hb
12.23 ).
Dicionário
Bíblico Universal
Introdução
O homem
em sua essência possui uma estrutura triúna, todos somos: espírito, alma e
corpo. Em 1Ts 5.23 esta verdade é expressa de forma clara e inquestionável: “O
mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo
sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo”.
Há uma
grande confusão a respeito de Espírito e Alma, muitos afirmam que se trata da
mesma coisa; mas, ao lermos Hb 4.12 concluímos que são distintas entre si. Leia
o texto: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que
qualquer espada de dois gumes, e penetra até a ponto de dividir alma e
espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos
do coração”.
Como
servos de Deus precisamos conhecer alguns pontos fundamentais da fé, o objetivo
deste estudo e mostrar de forma clara e inequívoca que possuímos uma dimensão
tríplice: espírito, alma e corpo.
1-
ESPÍRITO HUMANO
A nossa
vida consiste em aprendermos a exercitar o nosso espírito humano recriado para
contatar o Senhor e sermos por ele guiados. Tudo o que necessitamos para
alcançarmos uma vida vitoriosa, plena e produtiva, já nos foi dado pelo Espírito
Santo residem em nós.
E como o
nosso desejo é crescer na presença de Deus, precisamos de revelação. Revelação
é o conhecimento que é transmitido pelo Espírito Santo ao nosso espírito.
Há uma
diferença considerável entre o conhecimento mental (intelectual) e o
conhecimento espiritual. Observe como há tantos que estão nas igrejas, conhecem
a Bíblia, mas, este conhecimento não os faz frutificar para a vida eterna. Isto
ocorre, pois muitos conhecem a Bíblia apenas intelectualmente (a letra);
desprovida da revelação.
Ao lermos
as cartas de Paulo percebemos que a sua maior preocupação era a de que os
crentes tivessem a revelação de Deus. A revelação transforma através da Palavra
as pessoas e a fé se manifesta de forma espontânea, a unção de Deus é transbordante.
Veja: Ef 1.17 “para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória,
vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele” e
“E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno
conhecimento e toda a percepção”. Fp 1.9
A
revelação é ocorre primeiramente em nosso espírito. O Espírito Santo transmite
uma verdade ao nosso espírito, e o nosso espírito para a nossa mente. A mente
por si só não pode ter revelação de Deus; esta função é do nosso espírito.
Muitos membros de igrejas estão vivendo apenas como homens naturais, não
conseguem discernir as coisas do espírito, pois não sabem usar seu próprio
espírito para discernir a verdade de Deus.
O
Espírito Santo que habita em nós fala conosco. Se alguém nunca ouviu o Senhor
no espírito, então provavelmente não se converteu, pois somos gerados pela
Palavra de Deus, se Deus não falou, então não houve Palavra e, e o novo
nascimento não ocorreu.
Mas, como
posso perceber e ou ouvir o espírito? Entendemos que o nosso espírito é
muitas vezes chamado de coração na Bíblia. No texto, Paulo explica que o
coração é o espírito, ou pelo menos é o meio pelo qual ele é percebido. Quando
a Bíblia faz referência ao coração, aponta para algo íntimo, das profundezas de
nosso ser (comunhão, intuição e consciência).
Em Rm
2.29 lemos: “Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é
do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos
homens, mas de Deus”.
Veja mais
sobre o espírito humano:
a) Deus é
Espírito – Jo
4.24 “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e
em verdade”.
Entende-se
que, para que possamos ter contato com a matéria precisamos ser matéria, da
mesma forma, para que possamos ter contato com Deus que é Espírito, precisamos
ser um espírito também. Não ouvimos a voz de Deus com os nosso ouvidos físicos
e tão pouco o veremos com os olhos da carne. Mas, a Bíblia afirma que é
possível conhecer a Deus e este contato é possível apenas através de nosso espírito.
b)
Através do espírito, adquirimos conhecimento espiritual – 1Co 2.14 “Ora, o homem natural
não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode
entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”.
O
conhecimento importante que há em nossa vida cristã é adquirido
espiritualmente. Há no meio cristão muitos usando a mente para entender as
coisas que só é possível discerni-las espiritualmente, em conseqüência lêem a
Bíblia e não a entendem e sobre conclusões erradas edificam a vida.
c) O
nascer de novo é no espírito – Jo 3.6 “O que é nascido da carne é carne; e o
que é nascido do Espírito é espírito”.
O pecado
de Adão produziu uma série de conseqüências que se estendeu a toda humanidade.
Quando falamos da morte de Adão, não nos referimos à morte física, sim
espiritual. O seu espírito morreu para o Eterno, esta morte se estendeu a todos
os homens “naturais”. A morte espiritual não extinguiu o espírito, encontra-se
morto, incapaz de estabelecer contato com o Criador. O Nascer de novo é o
renascimento deste espírito para Deus.
d) Andar
no espírito.
O Novo
Testamento exorta-nos a andar no espírito e quando entendemos que aquele que se
une ao Senhor é um só espírito com Deus, numa união indissolúvel, necessitamos
que o nosso espírito esteja vivo, pois é através dele que recebemos toda a
direção que procede do Espírito de Deus. O nosso espírito é a parte do nosso
ser que tem como função contatar a Deus.
A nossa
vida consiste em sermos guiados pelo Espírito, se não consigo ouvir o que o Espírito
Santo está dizendo, como serei guiado?
Deus
habita em nós na pessoa do Espírito Santo, nos molda e nos guia a toda verdade;
estas ações não são frutos de doutrinas teológicas, sim, revelação de Deus.
e) Somos
espirituais – 1Co
14.14 “Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a
minha mente fica infrutífera”.
Paulo
afirma que: “se eu orar... então o meu espírito ora”. O apostolo
mostra de forma clara que o “eu” e o “espírito” são a mesma
coisa, concluímos que Paulo se via como um ser espiritual.
É
evidente que não somos apenas espírito, somos também alma e corpo. Paulo ao
escrever aos crentes de Roma afirma que é também matéria (corpo): Rm 7.18
“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne...”
A divisão
que apresentamos tem como objetivo facilitar a compreensão. O homem é um ser
constituído de três partes, a saber: espírito, alma e corpo.
O corpo
que hoje possuímos é apenas a nossa morada terrestre, quando estivermos com o
Senhor, nos céus, receberemos uma habitação celestial. Leia: 1Co 5.1,2 “Sabemos
que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de
Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, neste
tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação
celestial”.
2- ALMA
A palavra
de Deus aponta-nos a alma como composta de três partes, são elas: a mente, a
vontade e a emoção. Estas três faculdades constitui a personalidade humana. A
alma é a sede da nossa personalidade, é o nosso “EU”. É por esse motivo que a
Bíblia, em alguns textos, chama o homem de “alma”. A alma concentra as
principais características do homem, tais como: amor, idéias, pensamentos, etc.
a) Função
da Vontade:
Buscar - 1Cr 22.19 “Disponde, pois,
agora o coração e a alma para buscardes ao SENHOR, vosso Deus”. Buscar é uma
função da vontade e ela está na alma.
Recusar - Jó 6.7 “Aquilo que a minha
alma recusava tocar”. Recusar é uma função da vontade.
Escolher - Jó 7.15 “pelo que a minha alma
escolheria, antes, ser estrangulada; antes, a morte do que esta tortura”.
Escolher também é uma função da vontade.
À luz dos
textos citados, concluímos que a vontade é uma das funções da alma.
A vontade
é o instrumento para nossas decisões e indisposições. Sem a existência da
vontade seriamos semelhantes a um robô. O pecar ou não pecador está relacionado
à vontade.
b) Função
da Emoção:
A emoção
é extremamente importante, ela traz “cor” à vida humana, no entanto, jamais
podemos nos deixar guiar por ela. As emoções se manifestam de muitas formas, entre
elas: amor, ódio, alegria, tristeza, pesar, saudade, desejo, etc.
Alguns
exemplos de emoções:
Amor – 1Sm 18.1 “...e Jônatas o amou como à sua própria alma”.
(ver também: Ct 1.7 e Sl 42.1) O amor é algo que surge em nossas almas e isso
confirma que dentro da alma existe uma função como a emoção.
Ódio – 2Sm 5.8 “Davi, naquele dia,
mandou dizer: Todo o que está disposto a ferir os jebuseus suba pelo canal
subterrâneo e fira os cegos e os coxos, a quem a alma de Davi aborrece”. (ver
também: Ez 36.5) Expressões como: menosprezo, aborrecimento, desprezo, etc.
significam ódio e, vemos que procedem da alma.
Alegria – Is 61.10 “Regozijar-me-ei
muito no SENHOR, a minha alma se alegra no meu Deus”. Sl 86.4 “Alegra a alma do
teu servo, porque a ti, Senhor, elevo a minha alma”. A alegria, segundo os
textos citados é uma emoção da alma.
c) Função
da Mente:
Os textos
de Romanos e Provérbios sugerem que a alma necessita de conhecimento.
Conhecimento - Rm 12.1-2 “Rogo-vos, pois,
irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da
vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade
de Deus”.
Pv 2.10
“Porquanto a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será agradável
à tua alma”. Conforme os textos, Conhecimento é uma função da mente, logo, a
mente é uma função da alma.
Saber – Sl 139.14 “Graças te dou, visto
que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são
admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem”. Saber é uma função da mente, e,
portanto, também da alma.
Lembrar – Lm 3.20 “Minha alma,
continuamente, os recorda e se abate dentro de mim”. O texto de Lamentações
afirma claramente que a alma pode se lembrar. A Lembrança é uma das funções da
mente. Podemos afirmar que a mente é uma função da alma.
A mente é
a função mais importante da alma. Se a nossa mente for obscurecida, jamais
chegaremos ao pleno conhecimento da Verdade. A renovação da mente nos
possibilita experimentar e entender a vontade de Deus, que é revelada em nosso
espírito.
Os
tópicos apresentados, com base na Bíblia, não deixam dúvidas quanto às funções
da alma, são elas: mente, vontade e emoção.
A Palavra
de Deus nos mostra que aqueles que andam segundo os padrões da alma (vontade,
mente e emoções) são chamados de carnais. Carnal não é exatamente aquele que
anda na prática do pecado; pois, os que andam no pecado possivelmente ainda não
nasceram (1Jo 3.9 “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de
pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver
pecando, porque é nascido de Deus”). Os cristãos que vivem segundo os
padrões da alma tendem a seguir a função da alma que lhes é mais peculiar. Por
exemplo:
a) Os emotivos
usam as emoções como critério da vida espiritual. Se forem tomados por
calafrios e fortes emoções conseguem fazer a Obra de Deus, mas, se as emoções
acabam, também o ânimo se esvai.
b) Padrões
da Mente, estes recusam as emoções; até criticam os emotivos como sendo
carnais. O que não percebem é que andar segundo a mente também é da alma. Os
que andam segundo o padrão da mente tendem a ser extremamente críticos e
naturais na Obra. Geralmente, não aceitam o sobrenatural e quere colocar o
Espírito Santo nos seus padrões de mente.
c) Empolgados
pela Vontade (oba-oba) é a características de alguns crentes. Sempre
dispostos a iniciar alguma atividade, porém, em pouco tempo o “fogo se apaga”,
não são dotados de perseverança. E até afirmam: “Se não tenho vontade, não
preciso orar, ler a Bíblia e jejuar, afinal, Deus não quer sacrifício”. Tem
aparência de piedosos, mas se trata apenas de desculpas da carne para não
servir a Deus.
Se o
nosso andar é segundo a alma, invariavelmente cairemos em um dos três pontos
expostos acima ou em todos eles. Lembre-se: “os que estão na carne não podem
agradar a Deus”. Rm 8.8
Concluirmos
que a nossa alma é ruim não é correto. O Erro é andarmos confiados em sua capacidade
de pensar, entender e sentir. Os que andam segundo a alma não andam por fé.
Devemos
transformá-la e este processo de transformação dura a vida inteira. Como
transformar a alma? Renovando a mente!
A mente é
a primeira função da alma, se a mudamos, os reflexos da transformação envolve
toda a nossa vida. E a única forma de mudar a nossa mente e conformando-a com a
Palavra de Deus. “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos
pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12.2).
Sou eu
mesmo quem me transformo na medida que me encho com a Palavra de Deus.
3- O
CORPO
A Bíblia
nos diz de forma clara que o nosso corpo é apenas a nossa casa terrestre. É o
lugar onde moramos nesse mundo. A função básica do corpo é ter contato com o
mundo físico.
Paulo
escreve aos irmãos de Corinto e afirma:
“Sabemos
que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de
Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, neste
tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação
celestial; se, todavia, formos encontrados vestidos e não nus.
Pois, na verdade, os que estamos neste tabernáculo gememos angustiados, não por
querermos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela
vida”. 2Co 5.1-4
O nosso
corpo não tem conserto e nem salvação. Precisamos receber um novo corpo.
No céu não teremos uma nova alma, mas, teremos um novo corpo. O nosso espírito
foi regenerado e a nossa alma está sendo transforma e o nosso corpo será
glorificado. Estes são os aspectos passado, presente e futuro da nossa
salvação.