AS
CIVILIZAÇÕES
As primeiras civilizações se
formaram a partir de quando o homem descobriu a agricultura e passou a ter uma
vida mais sedentária, por volta de 4.000 a.C. Essas primeiras civilizações se
formaram em torno ou em função de grandes rios: A Mesopotâmia estava ligada aos
Rios Tigre e Eufrates, o Egito ao Nilo, a Índia ao Indo, a China ao Amarelo.
Foi no Oriente
Médio que tiveram início as civilizações. Tempos depois foram se desenvolvendo
no Oriente outras civilizações que, sem contar com o poder fertilizante dos
grandes rios, ganharam características diversas. As pastoris, como a dos
hebreus, ou as mercantis, como a dos fenícios. Cada um desses povos teve, além
de uma rica história interna, longas e muitas vezes conflituosas relações com
os demais.
Mesopotâmia: o
berço da civilização
A estreita
faixa de terra localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio,
onde atualmente é o Iraque, foi chamada na Antiguidade, de Mesopotâmia, que
significa “entre rios” (do grego, meso = no meio; potamos = rio). Essa
região foi ocupada, entre 4.000 a.C. e 539 a.C, por uma série de povos, que se
encontraram e se misturaram, empreenderam guerras e dominaram uns aos outros,
formando o que denominamos povos
mesopotâmicos. Sumérios, babilônios, hititas, assírios e caldeus são alguns desses
povos.
Esta
civilização é considerada uma das mais antigas da história.
A organização social
Sumérios, babilônios,
hititas, assírios, caldeus. Entre os inúmeros povos que habitaram a Mesopotâmia
existiam diferenças profundas. Os assírios, por exemplo, eram guerreiros. Os
sumérios dedicavam-se mais à agricultura.
Apesar dessas
diferenças, é possível estabelecer pontos comuns entre eles. No que se refere à
organização social, à religião e à economia. Vamos agora conhecê-las:
A sociedade
As classes sociais -
A sociedade estava dividida em classes: nobres, sacerdotes versados em ciências
e respeitados, comerciantes, pequenos proprietários e escravos.
A organização social
variou muito pelos séculos, mas de modo geral podemos falar:
- Dominantes:
governantes, sacerdotes, militares e comerciantes.
- Dominados: camponeses,
pequenos artesãos e escravos (normalmente presos de guerra).
- Dominantes detinham o poder de
quatro formas básicas de manifestação desse poder: riqueza, política,
militar e saber. Posição mais elevada era do rei que detinha poderes
políticos, religiosos e militares. Ele não era considerado um deus,
mas sim representante dos deuses.
- Os
dominados consumiam diretamente o que produziam e eram obrigados a entregar excedentes
para os dominantes
A religião
Os povos
mesopotâmicos eram politeístas, isto é, adoravam diversas divindades, e
acreditavam que elas eram capazes de fazer tanto o bem quanto o mal, não
acreditavam em recompensas após a morte, acreditavam em crença em gênios,
demônios, heróis, adivinhações e magia. Seus deuses eram numerosos com
qualidades e defeitos, sentimentos e paixões, imortais, despóticos e
sanguinários.
Cada divindade era
uma força da natureza como o vento, a água, a terra, o sol, etc, e do dono da
sua cidade. Marduk, deus de Babilônia, o cabeça de todos, tornou-se deus do
Império, durante o reinado de Hamurabi. Foi substituído por Assur, durante o
domínio dos assírios. Voltou ao posto com Nabucodonosor.
Acreditavam também em gênios bons que ajudavam os deuses a defender-se contra os demônios, contra as divindades perversas, contra as enfermidades, contra a morte. Os homens procuravam conhecer a vontade dos deuses manifestada em sonhos, eclipses, movimento dos astros. Essas observações feitas pelos sacerdotes deram origem à astrologia.
Acreditavam também em gênios bons que ajudavam os deuses a defender-se contra os demônios, contra as divindades perversas, contra as enfermidades, contra a morte. Os homens procuravam conhecer a vontade dos deuses manifestada em sonhos, eclipses, movimento dos astros. Essas observações feitas pelos sacerdotes deram origem à astrologia.
A vida cotidiana
Escravos e pessoas de condições mais humildes levavam o
mesmo tipo de vida. A alimentação era muito simples: pão de cevada, um punhado
de tâmaras e um pouco de cerveja leve. Isso era a base do cardápio diário. Às
vezes comiam legumes, lentilha, feijão e pepino ou, ainda, algum peixe pescado
nos rios ou canais. A carne era um alimento raro.
As terras
baixas da Mesopotâmia abarcam a planície fértil, porém seus habitantes tiveram
que enfrentar o perigo das invasões, as extremas temperaturas atmosféricas, os períodos
de seca, as violentas tormentas e os ataques das feras. Sua arte reflete, ao
mesmo tempo, sua adaptação e seu medo destas forças naturais, assim como suas
conquistas militares. Estabeleceram núcleos urbanos nas planícies, cada um
dominado por um templo, que foi o centro do comércio e
da religião, até que foi desbancado em importância pelo palácio real. O solo da
Mesopotâmia proporcionava o barro para o adobe, material de construção mais
importante desta civilização.
Na habitação, a mesma simplicidade. Às vezes a casa era um
simples cubo de tijolos crus, revestidos de barro. O telhado era plano e feito
com troncos de palmeiras e argila comprimida. Esse tipo de telhado tinha a
desvantagem de deixar passar a água nas chuvas mais torrenciais, mas em tempos
normais era usado como terraço.
As casas não tinham janelas e à noite eram iluminadas por
lampiões de óleo de gergelim. Os insetos eram abundantes nas moradias.
Os ricos se alimentavam melhor e moravam em casas mais
confortáveis que os pobres. Mesmo assim, quando as epidemias se abatiam sobre
as cidades, a mortalidade era a mesma em todas as camadas sociais.
Política e economia
A organização política da Mesopotâmia tinha um soberano
divinizado, assessorado por burocratas- sacerdotes, que administravam a
distribuição de terras, o sistema de irrigação e as obras hidráulicas. O
sistema financeiro ficava a cargo de um templo, que funcionava como um
verdadeiro banco, emprestando sementes, distribuído um documento semelhante ao
cheque bancário moderno e cobrando juros sobre as sementes emprestadas.
Em linhas gerais pode-se dizer que a forma de produção
predominante na Mesopotâmia baseou-se na propriedade coletiva das terras administrada
pelos templos e palácios. Os indivíduos só usufruíam da terra enquanto membros
dessas comunidades. Acredita-se que quase todos os meios de produção estavam
sobre o controle do déspota, personificações do Estado, e dos templos. O templo
era o centro que recebia toda a produção, distribuindo-a de acordo com as
necessidades, alem de proprietário de boa parte das terras: é o que se denomina
cidade-templo.
Administradas por uma corporação de sacerdotes, as terras,
que teoricamente eram dos deuses, eram entregues aos camponeses. Cada família
recebia um lote de terra e devia entregar ao templo uma parte da colheita como
pagamento pelo uso útil da terra. Já as propriedades particulares eram
cultivadas por assalariados ou arrendatários.
Entre os sumérios havia a escravidão, porém o número de
escravos era relativamente pequeno.
A agricultura
A agricultura era base da economia neste período. A
economia da Baixa Mesopotâmia, em meados do terceiro milênio a.C. baseava-se na
agricultura de irrigação. Cultivavam trigo, cevada, linho, gergelim (sésamo, de
onde extraiam o azeite para alimentação e iluminação), arvores frutíferas,
raízes e legumes. Os instrumentos de trabalho eram rudimentares, em geral de
pedra, madeira e barro. O bronze foi introduzido na segunda metade do terceiro
milênio a.C., porem, a verdadeira revolução ocorreu com a sua utilização, isto
já no final do segundo milênio antes da Era Cristã. Usavam o arado semeador, a
grade e carros de roda;
A criação de animais
A criação de carneiros, burros, bois, gansos e patos era
bastante desenvolvida.
O comércio
Os comerciantes eram funcionários a serviço dos templos e
do palácio. Apesar disso, podiam fazer negócios por conta própria. A situação
geográfica e a pobreza de matérias primas favoreceram os empreendimentos
mercantis. As caravanas de mercadores iam vender seus produtos e buscar o
marfim da Índia, a madeira do Líbano, o cobre de Chipre e o estanho de Cáucaso.
Exportavam tecidos de linho, lã e tapetes, além de pedras preciosas e perfumes.
As transações comerciais eram feitas na base de troca,
criando um padrão de troca inicialmente representado pela cevada e depois pelos
metais que circulavam sobre as mais diversas formas, sem jamais atingir, no
entanto, a forma de moeda. A existência de um comércio muito intenso deu origem
a uma organização econômica sólida, que realizava operações como empréstimos a
juros, corretagem e sociedades em negócios. Usavam recibos, escrituras e cartas
de crédito.
O comércio foi uma figura importante na sociedade
mesopotâmica, e o fortalecimento do grupo mercantil provocou mudanças
significativas, que acabaram por influenciar na desagregação da forma de
produção templário-palaciana dominante na Mesopotâmia.
As ciências a astronomia
Entre os babilônicos, foi a principal ciência. Notáveis
eram os conhecimentos dos sacerdotes no campo da astronomia, muito ligada e
mesmo subordinada a astrologia. As torres dos templos serviam de observatórios
astronômicos. Conheciam as diferenças entre os planetas e as estrelas e sabiam
prever eclipses lunares e solares. Dividiram o ano em meses, os meses em
semanas, as semanas em sete dias, os dias em doze horas, as horas em sessenta
minutos e os minutos em sessenta segundos. Os elementos da astronomia elaborada
pelos mesopotâmicos serviram de base à astronomia dos gregos, dos árabes e
deram origem à astronomia dos europeus.
A matemática
Entre os caldeus, alcançou grande progresso. As
necessidades do dia-a dia levaram a um certo desenvolvimento da matemática. Os
mesopotâmicos usavam um sistema matemático sexagesimal (baseado no número 60).
Eles conheciam os resultados das multiplicações e divisões, raízes quadradas e
raiz cúbica e equações do segundo grau. Os matemáticos indicavam os passos a
serem seguidos nessas operações, através da multiplicação dos exemplos. Jamais
divulgaram as formulas dessas operações, o que tornaria as repetições dos
exemplos desnecessárias. Também dividiram o círculo em 360 graus, elaboraram
tábuas correspondentes às tábuas dos logaritmos atuais e inventaram medidas de
comprimento, superfície e capacidade de peso;
A medicina
Os progressos da medicina foram grandes (catalogação das
plantas medicinais, por exemplo). Assim como o direito e a matemática, a
medicina estava ligada a adivinhação. Contudo, a medicina não era confundida
com a simples magia. Os médicos da Mesopotâmia, cuja profissão era bastante
considerada, não acreditavam que todos os males tinham origem sobrenatural, já
que utilizavam medicamentos à base de plantas e faziam tratamentos cirúrgicos.
Geralmente, o medico trabalhava junto com um exorcista, para expulsar os
demônios, e recorria aos adivinhos, para diagnosticar os males.
As letras
A linguagem escrita é resultado da necessidade humana de
garantir a comunicação e o desenvolvimento da técnica.
A escrita
A escrita cuneiforme, grande realização sumeriana, usada
pelos sírios, hebreus e persas, surgiu ligada às necessidades de contabilização
dos templos. Era uma escrita ideográfica, na qual o objeto representado
expressava uma idéia. Os sumérios - e, mais tarde os babilônicos e os assírios,
que falavam acadiano - fizeram uso extensivo da escrita cuneiforme. Mais tarde,
os sacerdotes e escribas começaram a utilizar uma escrita convencional, que não
tinha nenhuma relação com o objeto representado.
As convenções eram conhecidas por eles, os encarregados da
linguagem culta, e procuravam representar os sons da fala humana, isto é, cada
sinal representava um som. Surgia assim a escrita fonética, que pelo menos no
segundo milênio a.C., já era utilizado nos registros de contabilidade, rituais
mágicos e textos religiosos. Quem decifrou a escrita cuneiforme foi Henry C.
Rawlinson. A chave dessa façanha ele obteve nas inscrições da Rocha de
Behistun, na qual estava gravada uma gigantesca mensagem de 20 metros de
comprimento por 7 de Altura.
A mensagem fora talhada na pedra pelo rei Dario, e
Rawlinson identificou três tipos diferentes de escrita (antigo persa, elamita e
acádio - também chamado de assírio ou babilônico). O alemão Georg Friederich
Grotefend e o francês Jules Oppent também se destacaram nos estudos da escrita
sumeriana.
A Literatura era pobre
Destacam-se apenas o Mito da Criação e a Epopéia de
Guilgamesh - aventura de amor e coragem desse herói semi-deus, cujo objetivo
era conhecer o segredo da imortalidade.
O Direito
O Código de Hamurabi,
até pouco tempo o primeiro código de leis que se tinha notícia, não é original.
É uma compilação de leis sumerianas mescladas com tradições semitas. Ele
apresenta uma diversidade de procedimentos jurídicos e determinação de penas
para uma vasta gama de crimes.
Contém 282 leis,
abrangendo praticamente todos os aspectos da vida babilônica, passando pelo
comércio, propriedade, herança, direitos da mulher, família, adultério, falsas
acusações e escravidão. Suas principais características são: Pena ou Lei de
Talião, isto é, "olho por olho, dente por dente" (o castigo do
criminoso deveria ser exatamente proporcional ao crime por ele cometido),
desigualdade perante a lei (as punições variavam de acordo com a posição social
da vitima e do infrator), divisão da sociedade em classes (os homens livres, os
escravos e um grupo intermediário pouco conhecido - os mushkhinum) e igualdade
de filiação na distribuição da herança.
O Código de Hamurabi
reflete a preocupação em disciplinar a vida econômica (controle dos preços,
organização dos artesãos, etc.) e garantir o regime de propriedade privada da
terra. Os textos jurídicos mesopotâmicos invocavam os deuses da justiça, os
mesmos da adivinhação, que decretavam as leis e presidiam os julgamentos.
As artes
A mais desenvolvida
das artes, porém não era tão notável quanto a egípcia. Caracterizou-se pelo
exibicionismo e pelo luxo. Construíram templos e palácios, que eram
considerados cópias dos existentes nos céus, de tijolos, por ser escassa a
pedra na região. O zigurate, torre de vários andares, foi a construção
característica das cidades-estados sumerianas. Nas construções, empregavam
argila, ladrilhos e tijolos.
Escultura e a pintura
Tanto a escultura
quanto a pintura eram fundamentalmente decorativas. A escultura era pobre,
representada pelo baixo relevo. Destacava-se a estatuária assíria, gigantesca e
original. Os relevos do palácio de Assurbanipal são obras de artistas
excepcionais. A pintura mural existia em função da arquitetura.
A música e a dança
A música na
Mesopotâmia, principalmente entre os babilônicos, estava ligada à religião.
Quando os fiéis
estavam reunidos, cantavam hinos em louvor dos deuses, com acompanhamento de
música. Esses hinos começavam muitas vezes, pelas expressões: " Glória,
louvor tal deus; quero cantar os louvores de tal deus", seguindo a enumeração
de suas qualidades, de socorro que dele pode esperar o fiel.
Nas cerimônias de
penitência, os hinos eram de lamentação: "aí de nós", exclamavam
eles, relembrando os sofrimentos de tal ou qual deus ou apiedando-se das
desditas que desabam sobre a cidade. Instrumentos sem dúvida de sons surdos,
acompanhavam essa recitação e no corpo desses salmos, vê-se o texto
interromper-se e as onomatopéias "ua", "ui",
"ua", sucederem-se em toda uma linha. A massa dos fiéis devia interromper
a recitação e não retomá-la senão quando todos, em coro tivessem gemido
bastante.
A procissão,
finalmente, muitas vezes acompanhava as cerimônias religiosas e mesmo as
cerimônias civis. Sobre um baixo-relevo assírio do British Museum que
representa a tomada da cidade de Madaktu em Elam, a população sai da cidade e
se apresenta diante do vencedor, precedida de música, enquanto as mulheres do
cortejo batem palmas à oriental para compassar a marcha.
O canto também tinha
ligações com a magia. Há cantos a favor ou contra um nascimento feliz, cantos
de amor, de ódio, de guerra, cantos de caça, de evocação dos mortos, cantos
para favorecer, entre os viajantes, o estado de transe.
A dança, que é o
gesto, o ato reforçado, se apóia em magia sobre leis da semelhança. Ela é
mímica, aplica-se a todas as coisas:- há danças para fazer chover, para guerra,
de caça, de amor etc.
Danças rituais têm
sido representadas em monumentos da Ásia Ocidental, Suméria. Em Thecheme-Ali,
perto de Teerã; em Tepe-Sialk, perto de Kashan; em Tepe-Mussian, região de Susa,
cacos arcaicos reproduzem filas de mulheres nuas, dando-se as mãos, cabelos ao
vento, executando uma dança. Em cilindros-sinetes vêem-se danças no curso dos
festins sagrados (tumbas reais de Ur).
O legado dos povos mesopotâmicos
Herdamos dos povos
mesopotâmicos vários elementos de nossa cultura. Vejamos alguns:
- o ano de 12 meses e a semana
de 7 dias;
- a divisão do dia em 24
horas;
- a crença nos horóscopos e os
doze signos do zodíaco;
- a previsão dos eclipses.
- o hábito de fazer o plantio
de acordo com as fases da lua;
- a circunferência de 360
graus;
o processo aritmético
das operações matemáticas; multiplicação, divisão, soma e subtração além de
raiz quadrada e cúbica.
Para conhecermos melhor essas civilizações descreveremos as
características dos Sumérios, Acadianos, Assírios, Caldeus e os Amoritas.
CIVILIZAÇÃO SUMÉRIA
Os Sumérios foram o primeiro povo a habitar a região da Mesopotâmia, o atual Iraque, compreendida entre os
rios Tigre e Eufrates. O motivo da sua chegada ainda é ignorado, mas
provavelmente tenha sido a falta de comida e água, já que os Sumérios viviam
como nômades vagando pelo Planalto do Irã e no alto dos Montes Zagros.
Além da água e comida encontradas em abundância na
região, outro fator que explica a sedentarização dos Sumérios era a segurança
com que viviam na Mesopotâmia, pois aquela área é cercada por algumas cadeias
montanhosas ao norte e à oeste, pelo Golfo Pérsico ao sudoeste, e pelo deserto
da Síria ao sul e leste. Isso os dava uma grande proteção a ataques de outros
povos que viviam nas proximidades dali.
O povo responsável pelos primeiros templos e palácios monumentais, pela
fundação das primeiras cidades-estado e provavelmente pela invenção da escrita (tudo no período de 3100 a 3000
a.C.) são os Sumérios. Os primeiros sinais escritos são pictográficos, de modo
que podem ser lidos em qualquer idioma e não se pode inferir de que idioma eles
vieram especificamente. Um pictograma paraflecha,
por exemplo, quer dizer flecha em qualquer idioma. Alguns séculos mais tarde,
entretanto, estes sinais foram usados para representar valores fonéticos
sumérios e palavras sumérias. O pictograma para uma flecha passa a ser usado
para representar 'ti', a palavra suméria para flecha, e também para o som
fonético 'ti' em palavras não relacionadas com flecha. Portanto, em geral
supõem-se que os sumérios foram também responsáveis pelos sinais pictográficos,
possivelmente com grande influência dos elamitas. Se os sumérios não são aqueles
que na realidade inventaram a escrita, então no mínimo eles são responsáveis
por rapidamente adotar e expandir a invenção da escrita para servir às suas
necessidades de contabilidade (as primeiras tabelas são predominantemente de
natureza econômica).
O nome Suméria é derivado do nome babilônico para
Sul da Babilônia. Os sumérios chamavam seupaís de 'ken.gi(r)' - terra civilizada - seu idioma
'eme.gir' e a si mesmos chamavam de 'sag.gi 6.ga' - de cabeças escuras. O
idioma sumério não é semítico, sendo uma linguagem aglutinante, como finlandês
e japonês. Ou seja, este termo designa uma tipologia de idiomas que contrasta
com linguagens de inflexão, como os idiomas indo-europeus.Numa linguagem
aglutinante (ou aglutinativa), as palavras do idioma são compostas por elos que
se combinam entre si, em geral em sequências bastante longas. Em idiomas de
inflexão, o elemento básico (raiz) da palavra pode variar, daí ser chamado de
inflexão.
Sumério não tem relação conhecida com qualquer outro idioma. Parece haver uma relação remota com
os idiomas dravídicos (como o falado pelos Tamis no Sul da Índia). Há evidências
de que idiomas dravídicos eram falados no Norte da Índia, tendo sido deslocados
pelos invasores indo-europeus ao redor de 1500 a.C.. O termo 'de cabeça escura'
pode significar que os sumérios tenham sido um ramo daqueles que moram hoje no
sul da Índia.
Podemos citar como invenções Sumérias/Elamitas os
selos cilíndricos. Selos cilíndricos são pequenos cilindros de pedra (entre 2 e
6 cm) esculpidos com desenhos em entalhe. O cilindro era rolado sobre tábuas de
argila, envelopes, cerâmicas e tijolos, para marcar ou identificá-los. Seu uso
coincide com o início do uso de tábuas escritas de argila ao final do Quarto
Milênio a.C. até o final do Primeiro Milênio a.C.. Tais selos eram usados como
assinatura, confirmação de recebimento, ou para marcar blocos de construção.
Por volta de
3500 a.C., os sumérios saíram das montanhas da Ásia Central à procura de terras
férteis e chegaram ao sul da Mesopotâmia.
Por ser uma
região com poucas chuvas, desde muito cedo os sumérios tiveram de
aprender a desviar e armazenar as águas do Tigre e do Eufrates, e com isso
puderam cultivar uma grande quantidade e variedade de alimentos.
Com o tempo
foram constituindo cidades. Cada cidade-Estado era governada por um patési,
que, além de sumo sacerdote, era o chefe político e militar.
Segundo as
pesquisas os sumérios foram os inventores da escrita. Eles escreviam em taboas feitas de
argila, usando um estilete de extremidade triangular que deixava sinais em
forma de cunha. Com isso, a escrita recebeu o nome de escrita cuneiforme.
As cidades
sumérias sempre estavam em guerra entre si, pois eles queriam estender sua
dominação. Isso facilitou a ação dos acádios, um povo de origem semita que
invadiu a região e se fixou ao norte Suméria.
Religião Suméria
Crenças religiosas
dos povos da antiga Suméria. Os sumérios acreditavam que o Universo era
governado por um panteão formado por um grupo de seres vivos, de forma humana,
porém imortais e possuidores de poderes sobre-humanos. Esses seres, segundo
acreditavam, eram invisíveis aos olhos dos mortais e guiavam e controlavam o
cosmo de acordo com um plano pré-estabelecido e leis rigorosamente elaboradas.
Os sumérios tinham quatro divindades fundamentais, conhecidas como deuses criadores. Estes deuses eram: An, deus do céu; Ki, deusa da terra; Enlil, deus do ar e Enki, deus da água. Céu, terra, ar e água eram considerados os quatro componentes mais importantes do Universo. Os deuses concebiam o me, conjunto de regras e leis universais imutáveis que todos os seres eram obrigados a obedecer.
Os sumérios tinham quatro divindades fundamentais, conhecidas como deuses criadores. Estes deuses eram: An, deus do céu; Ki, deusa da terra; Enlil, deus do ar e Enki, deus da água. Céu, terra, ar e água eram considerados os quatro componentes mais importantes do Universo. Os deuses concebiam o me, conjunto de regras e leis universais imutáveis que todos os seres eram obrigados a obedecer.
Próximas em
importância às deidades criadoras estavam as três divindades celestiais: Nanna,
deus da Lua; Utu, deus Sol e Inanna, rainha dos céus. Inanna era também deusa
do amor, da procriação e da guerra. Nanna era o pai de Utu e Inanna. Outro deus
de grande importância era Ninurta, a divindade do violento e destrutivo vento
sul. Um dos deuses mais queridos era o deus-pastor Dumuzi; originalmente era um
governante mortal cujo casamento com Inanna assegurou a fertilidade da terra e
a fecundidade procriadora.
Legado dos Sumérios
Os Sumérios foram uma das primeira
civilizações de que se tem notícia, mas a sua importância histórica não pára
aí. A eles são atribuídas duas grandes invenções: a da escrita e a da roda, ambas a cerca de 6000
anos atrás.
A sua escrita era de uso particularmente da elite, principalmente dos sacerdotes e escribas. Ela era gravada em tabletes de argila com uma pinça em forma de cunha, e por isso recebeu o nome de escrita cuneiforme. Já a roda, outra grande invenção sumeriana, permitiu a eles desenvolverem carros de combates, que eram puxados por cavalos. Ainda sobre sua arte militar, eles usavam lanças, ou dardos de combates, além de armaduras feitas com o bronze extraído das montanhas.
A sua escrita era de uso particularmente da elite, principalmente dos sacerdotes e escribas. Ela era gravada em tabletes de argila com uma pinça em forma de cunha, e por isso recebeu o nome de escrita cuneiforme. Já a roda, outra grande invenção sumeriana, permitiu a eles desenvolverem carros de combates, que eram puxados por cavalos. Ainda sobre sua arte militar, eles usavam lanças, ou dardos de combates, além de armaduras feitas com o bronze extraído das montanhas.
Mas seu legado
não pára por aí. Eles ainda criaram diques
e barragens que impediam enchentes e inundações nas cidades, e ainda escoavam a
água través de canais para as
lavouras afim de expandir mais suas cidades, que cresciam depressa.
Sua arquitetura concentrava-se, principalmente, na construção
de templos em forma de pirâmides chamados zigurates. Os zigurates geralmente
era usados para reverenciar algum deus ou rei.
Literatura Suméria
Literatura escrita em sumério no antigo reino mesopotâmico de Sumer. É a
literatura mais antiga da historia. Foram encontradas inscrições em escritura cuneiforme em dezenas de milhares de peças de
barro cozido, em selos cilíndricos e tábuas de argila, bem como em diversos
objetos que são inestimáveis como fontes históricas. Existem muitas obras
literárias anteriores ao século XVIII a.C., como relatos mitológicos, épicos,
hinos, lamentos, provérbios e ensaios.
Língua Suméria
Falada pelos povos do antigo reino
sumério que viveu na Mesopotâmia. Seu vocabulário, sua gramática e sua sintaxe
não parecem ter relação com nenhuma outra língua conhecida.
É
a língua escrita mais
antiga das que se têm testemunhos gráficos. As primeiras inscrições procedem de
3000 a.C. e seu alfabeto é cuneiforme. A existência desta língua, e da cultura
que ela revela, permaneceram esquecidas até o século XIX, quando seu alfabeto
foi decifrado. O principal dialeto sumério foi o emergir ou "língua
principesca", embora houvesse outros de menor difusão, empregados pelas
mulheres e pelos eunucos.
Economia Suméria
Os sumérios
cultivavam cevada, cebola, nabo e tâmaras; pescavam ao longo dos rios, e
comercializavam alguns produtos, principalmente na costa mediterrânea, onde
chegavam navegando ao longo dos rios Tigre e Eufrates, e no Golfo Pérsico, onde
comercializavam com a Índia. Os principais produtos eram pano, comida,
manufaturas e armas, feitas com o cobre e o bronze extraídos das montanhas.
Queda dos Sumérios
Declínio dos Sumérios e ascensão dos Acádios
A constante guerra
entre as diversas cidades-estados sumerianas gerou graves crises econômicas e
militares, que enfraqueceram-nas. Sabendo disso, os Acádios aproveitaram-se de
suas modernas táticas de guerra, que incluíam o uso do arco e da flecha e de
uma agilidade muito superior a de qualquer exército da época para dominarem a Baixa Mesopotâmia.
O IMPÉRIO (SARGÃO I, O IMPERADOR ACADIANO)
Após conquistar a
Baixa Mesopotâmia, Sargão I, rei dos Acádios, tomou para si as regiões do Elam,
do leste da Suméria e parte da costa mediterrânea. Sargão estabeleceu o
primeiro império da história, que durou de 2371 até 2316 a.C. O imperador
centralizou muito o poder na sua pessoa, o que o fez ser idolatrado como um
deus. Com sua morte, o Império Acádio perdeu sua liderança e caiu sob os
ataques dos Gutis, um povo vindo do alto dos Montes Zagros.
Legado Acádio
Os Acádios não deixaram nada de
muito especial para ser estudado ou
comentado pois eles não eram um povo que destruía a cultura dos povos
dominados, muito pelo contrário, zelava por sua preservação chegando por vezes
a adotá-la. Com isso, seu legado
cultural e tudo mais que caracteriza um povo assemelha-se muito aos Sumérios,
não havendo a necessidade de descrevê-las.
ASSÍRIA
Localizados na
região mesopotâmica, os assírios constituem uma das várias civilizações que
aparecem entre os rios Tigre e Eufrates. A
formação desse império aconteceu graças ao amplo desenvolvimento de uma cultura
visivelmente voltada para a guerra. Saque, destruição e massacre eram táticas
comuns que asseguravam a supremacia dos assírios contra os outros povos
guerreiros da região.
Além da
truculência, o exército assírio era composto por uma avançada tecnologia bélica
que os colocavam em vantagem sobre os demais povos. O uso dos cavalos garantia
o rápido abatimento de vários inimigos no campo de batalha. Ao mesmo tempo, a
infantaria era composta por uma ampla hierarquia de guerreiros que exerciam
funções que tornavam a força militar assíria bastante ágil.
O tom violento
da dominação assíria foi capaz de provocar a subordinação de várias populações
encontradas ao longo da região mesopotâmica. Contudo, essa cultura baseada no
terror e opressão, não teve condições suficientes para suportar as várias
revoltas que aconteciam contra este povo. Não por acaso, em 612 a.C., os
caldeus e medos conseguiram derrotar as forças do império assírio.
Sob essas novas
condições, aconteceu o processo de consolidação do chamado Segundo Império
Babilônico, que se estende de 612 a 539 a.C.. O auge desse novo império se
desenrola no governo de Nabucodonosor,
reconhecido por suas várias obras públicas, como a Torre de Babel e os
suntuosos Jardins Suspensos da Babilônia, uma das mais populares construções de
todo o mundo antigo.
Civilização Assíria (antigo Ashur ou Assur)
Antigo país da Ásia, localizado ao norte da Mesopotâmia, a partir da
fronteira norte do atual Iraque. Suas conquistas se estenderam aos vales dos rios Tigre e Eufrates. A parte ocidental do
país era uma estepe adequada apenas a uma população nômade. Entretanto, a parte
oriental era apropriada para a agricultura, com colinas cheias de bosques e
férteis vales banhados por pequenos rios. A leste da Síria se encontram os
montes Zagros; ao norte, um escalão de platôs conduz ao maciço armênio; a oeste
se estende a planície da Mesopotâmia. Ao sul se encontrava o país conhecido
primeiro como Sumer, depois Sumer e Acad e, mais tarde, Babilônia.
Mesopotâmia é o nome que os antigos gregos deram a
toda a região em que surgiram esses países, incluindo a Assíria. As cidades
mais importantes da Assíria, todas situadas no território do atual Iraque, eram
Assur, atualmente Sharqat; Nínive, da qual os únicos vestígios que indicam sua
localização são dois grandes tells (colinas formadas sobre ruínas), Quyunyik e
Nabi Yunas; Calach, hoje Nimrud, e Dur Sharrukin, atualmente Jursabad
(Jorsabad).
A literatura assíria era praticamente idêntica à babilônica, e os reis
assírios mais cultos, principalmente Assurbanipal, se gabavam de armazenar em
suas bibliotecas cópias de documentos literários babilônicos. A vida social ou familiar, os costumes matrimoniais e as
leis de propriedade também eram muito parecidas. E as práticas e crenças
religiosas, muito semelhantes às da Babilônia, inclusive o deus nacional
assírio, Assur, foi substituído pelo deus babilônio Marduk. A principal
contribuição cultural assíria ocorreu no campo da arte e da arquitetura.
Segundo os descobrimentos arqueológicos, a Assíria
foi habitada desde o início da era paleolítica. Apesar disso, a vida sedentária
não teve origem nessa região, até cerca de 6500 a.C. O fim do Império Assírio
ocorreu no ano de 612 a.C., quando o exército, comandado por seu último rei,
Assur-Uballit II (612-609 a.C.), foi derrotado pelos medas em Harran.
Ao longo de sua história, o poder da Assíria dependeu quase que
inteiramente de sua força militar. O rei era o comandante-em-chefe do exército
e dirigia suas campanhas. Embora em teoria fosse monarca absoluto, na realidade
os nobres e cortesãos que o rodeavam, assim como os governadores que nomeava
para administrar as terras conquistadas, tomavam
frequentemente decisões em seu nome. As ambições e intrigas foram uma ameaça
constante para a vida do governante assírio. Essa debilidade central na
organização e na administração do Império Assírio foi responsável por sua
desintegração e colapso.
Origens dos Assírios
Umas poucas
menções na Bíblia, referências esparsas em autores gregos, era tudo o que se
sabia da Assíria até o séc. XIX. As grandes escavações empreendidas a partir de
1840 e a decifração de numerosas inscrições (só a biblioteca de Assurbanipal, de Nínive, forneceu 22 mil
tábulas gravadas) permitiram reconstruir, com certa minúcia, o passado desse
grande império. Restam zonas de sombras. As listas assírias de reis, como a de
Khorsabad, encontrada em 1932-1933, ou as de oficiais epônimos (o primeiro ano
de um reinado recebia o nome do rei; os seguintes, o de algum dignitário), são,
todas, imcompletas e inexatas, quando não fantasiosas. As sumérias, por
exemplo, a Dmuzi, de Badtibira, de 28.800 anos de reinado; a Enmenduranna, de
Sipar, 72.000.
Tais números são inaceitáveis, quer se
trate de anos solares, quer lunares; ademais os cronologistas não estão de
acordo quanto à data em que os anos solares substituíram os lunares na
Mesopotâmia. Acresce que certos reis cujos nomes chegaram até nós em estelas ou
outros monumentos não constam de qualquer relação dinástica. O próprio conceito
de dinastia é moderno e não se aplica com exatidão ao caso da Assíria, onde nem
sempre houve sucessão contínua, no sentido tradicional, e nem sempre a sucessão
se fez de pai para filho. A realeza parece ter passado, em
certas épocas, de cidades para cidades. Em outras, várias dinastias coexistiram
e houve centros simultâneos de poder. Assim, reis aparentemente distanciados no
tempo foram, de fato, contemporâneos.
A rigor, na Assíria, rei era o deus
local, de que o príncipe não passava de representante ou
vigário, isto é, o que fazia as suas vezes. Não é uniforme a terminologia
empregada, nem é nítida a diferença entre os títulos assírios de luggal (rei) e
ensi (governador). Às vezes, o ensi é um preposto do luggar, às vezes o luggar
insiste em usar o título de ensi, ou por motivo religioso (reservar o título
maior para a divindade, a que pertence de direito), ou por motivo político (não
ferir a susceptibilidade da população, como aconteceu cada vez que a Babilônia
foi conquistada).
Arte e Arquitetura Assíria
A história da arte primitiva
assíria data do século XVIII ao XIV a.C., mas é pouco conhecida. A arte do período assírio médio
ou mesoassírio (1350 a.C. a 1000 a.C.) mostra sua dependência das tradições
estilísticas babilônicas. Os temas religiosos são apresentados de uma forma
solene e as cenas profanas, de maneira mais naturalista. O zigurate foi a
principal forma de arquitetura religiosa assíria e o uso de tijolos
vitrificados policromáticos, muito comum nessa fase.
A arte assíria genuína teve sua
época fulgurante no período neoassírio ou período assírio tardio (1000-612
a.C.). Com Assurbanipal II, que converteu a cidade de Nimrud (antiga Calah da
Bíblia) em capital militar. Dentro de seus muros, encontravam-se a cidadela e
as principais construções reais, como o palácio do noroeste, decorado com
esculturas em relevo. Sargon II, que reinou entre 722 e 705 a.C., criou uma
cidade de planta nova, Dur Sharrukin (atual Jorsabad),
que estava rodeada por uma muralha com sete portas, três delas decoradas com
relevos e tijolos vitrificados. No interior, erguia-se o palácio de Sargon, um
grande templo, as residências e os templos menores. Seu filho e sucessor,
Senaqueribe, que reinou entre os anos de 705 e 681 a.C., mudou a capital para
Nínive, onde construiu seu próprio palácio, o qual denominou “palácio sem
rival”. Os assírios adornaram seus palácios com magníficos relevos esculturais.
A arte dos
entalhadores de selos do último período assírio é uma combinação de realismo e
mitologia. Mesmo nas cenas naturalistas, aparecem símbolos dos deuses. Datam
desse período, em Nimrud e em Jorsabad, fabulosas esculturas de marfim. Na
primeira, foram encontradas milhares de pequenas figuras de elefantes, que
manifestam uma grande variedade de estilos.
A arte assíria
genuína teve sua época fulgurante no período neoassírio ou período assírio
tardio (1000-612 a.C.). Com Assurbanipal II, que converteu a cidade de Nimrud
(antiga Calah da Bíblia) em capital militar. Dentro de seus muros,
encontravam-se a cidadela e as principais construções reais, como o palácio do
noroeste, decorado com esculturas em relevo. Sargon II, que reinou entre 722 e
705 a.C., criou uma cidade de planta nova, Dur Sharrukin (atual Jorsabad), que
estava rodeada por uma muralha com sete portas, três delas decoradas com
relevos e tijolos vitrificados. No interior, erguia-se o palácio de Sargon, um
grande templo, as residências e os templos menores. Seu filho e sucessor,
Senaqueribe, que reinou entre os anos de 705 e 681 a.C., mudou a capital para
Nínive, onde construiu seu próprio palácio, o qual denominou "palácio sem
rival". Os assírios adornaram seus palácios com magníficos relevos
esculturais.
A arte dos
entalhadores de selos do último período assírio é uma combinação de realismo e
mitologia. Mesmo nas cenas naturalistas, aparecem símbolos dos deuses. Datam
desse período, em Nimrud e em Jorsabad, fabulosas esculturas de marfim. Na
primeira, foram encontradas milhares de pequenas figuras de elefantes, que
manifestam uma grande variedade de estilos.
OS CALDEUS (612 A. C – 539 A.C.)
A Caldéia era uma região no sul da Mesopotâmia,
principalmente na margem oriental do rio Eufrates, mas muitas vezes o termo é
usado para se referir a toda a planície mesopotâmica. A região da Caldéia é uma
vasta planície formada por depósitos do Eufrates e do Tigre, estendendo-se a
cerca de 250 quilômetros ao longo do curso de ambos os rios, e cerca de 60
quilômetros em largura.
Os Caldeus foram uma tribo (acredita-se que tenham emigrado
da Arábia) que viveu no litoral do Golfo Pérsico e se tornou parte do Império da
Babilônia. Esse império ficou conhecido como Neobabilônico ou Segundo
Império Babilôncio. Seu mais importante soberano foi Nabucodonosor.
Em 587 a.C., Nabucodonosor conquistou Jerusalém. Além de
estender seus domínios, foram feitos muitos escravos entre os habitantes de
Jesuralém. Seguiu-se então um período de prosperidade material, quando foram
construídos grandes edifícios com tijolos coloridos.
Em 539 a.C., Ciro,
rei dos persas, apoderou-se de Babilônia e transformou-a em mais uma província
de seu gigantesco império.
OS
AMORITAS
Os amoritas eram povos semitas oriundos do deserto sírio-árabe que invadiram as cidades-Estado da Mesopotâmia por volta de 2000 a.C., após a queda da civilização suméria-arcadiana.
Eles ergueram a cidade da
Babilônia, que seria o principal centro comercial mesopotâmico graças à
estratégica localização – cerca de 75 quilômetros da atual capital iraquiana Bagdá. O primeiro império foi
erguido por Amoreu Sumuabum, por volta de 1894 a.C., resultando em diversas
disputas com remanescentes dos povos sumérios e arcadianos até a
unificação realizada pelo Imperador Hamurabi, formando o Primeiro Império Babilônico.
Hamurabi foi responsável por um grande avanço no setor
agricultor ao construir canais de irrigação próximos aos rios, além de expandir
o reino babilônico para além do Golfo Pérsico, agregando territórios da atual Turquia, do rio Khabur, na Síria e nos montes Zagros, mais ao leste.
Tais avanços imperiais exigiam um controle efetivo do
Estado, que ficava responsável por fiscalizar todas as obras empreendidas pelo
imperador. Com isso, o Estado ficou centralizado na mão da monarquia, que com o
passar dos tempos mostraria caráter mais interventor e autoritário em suas
decisões.
Apesar de tomar a cidade dos antigos povos sumérios e
arcadianos, que desenvolveram suas próprias culturas, os amoritas adotaram a
mesma escrita, arte, literatura e sistema de educação, apesar de manterem seu
idioma de origem semita.
Na prática comercial, os mercadores eram subordinados ao
Estado na venda de produtos artesanais, auxiliando a monarquia na cobrança de
impostos dos contribuintes. De fato, as atividades privadas eram subsidiadas
pelo Estado, que fornecia propriedades agrícolas aos funcionários públicos e
arrendatários, fazendo com que o poder público controlasse o giro da economia.
Eram politeístas (ou seja, acreditavam
em mais de um deus), presenciaram uma grande reforma religiosa a mando de
Hamurabi. O deus Marduk seria elevado como principal divindade de toda a
Mesopotâmia, recebendo uma importante reverência com a construção do zigurate de Babel, que seria citado no livro de
Gênesis, na Bíblia, como a tentativa humana de chegar ao céu.
Com a morte da
importante figura política de Hamurabi, o Império Babilônico cairia com as
revoltas populares das cidades-Estado dominadas, as conspirações contra a
sucessão imperial e as grandes cargas de trabalho delegadas pelo Estado
aos camponeses. Isso daria margem para a invasão dos cassitas – povo indo-europeu
que habitava no leste do rio Tigre – à Baixa Mesopotâmia, acabando com o domínio dos
amoritas.
QUEM FOI HAMURABI
Hamurabi nasceu supostamente por volta de 1810 a.C. e
morreu em 1750 a.C., foi o sexto rei da primeira dinastia babilônica dos
Amoritas e o fundador do 1º Império Babilônico, unificando amplamente o mundo
mesopotâmico, unindo os sumérios e os semitas e conduzindo a Babilônia ao
máximo esplendor.
Seu nome permanece diretamente ligado a um dos mais
importantes códigos jurídicos da antiguidade: o Código de Hamurabi. Pouco
depois de ascender ao trono, o jovem soberano deu início à fusão de semitas e
sumérios em uma unidade política e civil, imposta não só pelas armas, mas
também pela ação administrativa e pacificadora, desta forma conquistando,
através de acordos e guerras, quase toda Mesopotâmia.
Como legislador consolidou a tradição jurídica, harmonizou os costumes e estendeu o direito e a lei a todos os súditos. Como administrador, cercou a capital com muralhas, restaurou os templos mais importantes e instituiu impostos e tributos em benefício das obras públicas, retificou o leito do rio Eufrates, construiu novos e manteve antigos canais de irrigação e navegação, dando impulso à agricultura e o comércio na planície mesopotâmica. Aos povos conquistados, permitiu o culto da religião local, enquanto reconstruía suas cidades e adornava seus templos. Inseriu a noção de direito e comandou o território sob o seu poder. Foi o autor de um famoso código penal, o mais antigo da história, que leva seu nome.
Como legislador consolidou a tradição jurídica, harmonizou os costumes e estendeu o direito e a lei a todos os súditos. Como administrador, cercou a capital com muralhas, restaurou os templos mais importantes e instituiu impostos e tributos em benefício das obras públicas, retificou o leito do rio Eufrates, construiu novos e manteve antigos canais de irrigação e navegação, dando impulso à agricultura e o comércio na planície mesopotâmica. Aos povos conquistados, permitiu o culto da religião local, enquanto reconstruía suas cidades e adornava seus templos. Inseriu a noção de direito e comandou o território sob o seu poder. Foi o autor de um famoso código penal, o mais antigo da história, que leva seu nome.
O Código de Hamurabi estabelecia regras de vida e de propriedade,
estendendo a lei a todos os súditos do império. Seu texto contendo 282
princípios foi reencontrado em Susa (1901-1902), por uma delegação francesa na
Pérsia, sob a direção de Jacques de Morgan, sob as ruínas da acrópole de Susa,
e transportado para o Museu do Louvre, Paris. Consiste de um monumento em forma
de cone talhado em rocha de diorito, em pedra negra de 2,25m de altura, 1,60m
de circunferência na parte superior e 1,90m de base. A superfície está coberta
por um denso texto que se dispõem 46 colunas de escrita cuneiforme
acádica.
No alto do monumento, Hamurabi recebe de Shamash, deus dos
oráculos, as leis da equidade da justiça, dispostas em 46 colunas de 3.600
linhas. Nele estão codificadas as leis de seu tempo, de um reino de cidades
unificadas, um agrupamento de disposições casuísticas, de ordem civil, penal e
administrativa. Determinava penas para as infrações, baseadas na lei de talião:
olho por olho, dente por dente, sangue por sangue, carne por carne e da
ordália (julgamento divino).
Algumas leis que
constam no Código de Hamurabi:
1 – Se alguém enganar a outrem, difamando esta pessoa, e
este outrem não puder provar, então aquele que enganou deve ser condenado à
morte.
14 – Se alguém roubar o filho menor de outrem, este alguém
deve ser condenado à morte.
21 – Se alguém arrombar uma casa, ele deverá ser condenado
à morte na frente do local do arrombamento e ser enterrado.
48 – Se alguém tiver um débito de empréstimo e uma
tempestade prostrar os grãos ou a colheita for ruim, ou os grãos não crescerem
por falta d’água, naquele ano a pessoa não precisa dar ao seu credor dinheiro
algum. Ele deve lavar sua tábua de débito na água e não pagar aluguel naquele
ano.
129 – Se a esposa de alguém for surpreendida em flagrante
com outro homem, ambos devem ser amarrados e jogados dentro d’ água, mas o
marido pode perdoar a sua esposa, assim como o rei perdoa a seus escravos.
138 – Se um homem quiser se separar e sua esposa que lhe
deu filhos, ele deve dar a ela a quantia do preço que pagou por ela e o dote
que ela trouxe da casa de seu pai, e deixá-la partir.
194 – Se alguém der seu filho para uma ama e a criança
morrer nas mãos desta ama, mas a ama, com o desconhecimento do pai e da mãe,
cuidar de outra criança, então eles devem acusá-la de estar cuidando de uma
outra criança sem o consentimento do pai e da mãe. O castigo desta mulher será
ter os seus seios cortados”
RESUMO DAS CIVILIZAÇÕES
Localização
- Atual Iraque
- Entre os Rios Tigre e Eufrates
Características
- Alta rotatividade no domínio;
- Entre os rios Tigre e Eufrates;
- Região muito fértil;
- Geograficamente não favorável;
- Sem proteções naturais;
- Atual Iraque
- Entre os Rios Tigre e Eufrates
Características
- Alta rotatividade no domínio;
- Entre os rios Tigre e Eufrates;
- Região muito fértil;
- Geograficamente não favorável;
- Sem proteções naturais;
Sumérios e Acádios
- Sumérios se fixam na Caldéia em 3500a.C.;
- Diversas cidades-Estado governadas por Patesi;
- Escrita cuneiforme;
- Invasões e domínio acadiano (2300a.C.);
- Sargão I – 1º rei Mesopotâmico;
- Sequência de Invasões – Ressurgimento dos sumérios;
- Invasões Amoritas – 1º Império Mesopotâmico;
- Sumérios se fixam na Caldéia em 3500a.C.;
- Diversas cidades-Estado governadas por Patesi;
- Escrita cuneiforme;
- Invasões e domínio acadiano (2300a.C.);
- Sargão I – 1º rei Mesopotâmico;
- Sequência de Invasões – Ressurgimento dos sumérios;
- Invasões Amoritas – 1º Império Mesopotâmico;
1º Império Mesopotâmico
- Babilônia, nova capital;
- Hamurabi – código de Hamurabi – Lei de Talião;
- Invasões hititas e cassitas;
- Invasões assírias;
- Babilônia, nova capital;
- Hamurabi – código de Hamurabi – Lei de Talião;
- Invasões hititas e cassitas;
- Invasões assírias;
Império Assírio
- Famosos pela crueldade;
- Conquista do Reino de Israel;
- Construção da Biblioteca de Ninive;
- Retomada dos Caldeus e imposição do 2º Império Babilônico;
- Famosos pela crueldade;
- Conquista do Reino de Israel;
- Construção da Biblioteca de Ninive;
- Retomada dos Caldeus e imposição do 2º Império Babilônico;
2º Império Babilônico
- Apogeu de Nabucodonossor;
- Jardins Suspensos da Babilônia;
- Cativeiro da Babilônia (hebreus);
- Morte de Nabucodonossor;
- Decadência;
- Tomada pelos Persas;
- Apogeu de Nabucodonossor;
- Jardins Suspensos da Babilônia;
- Cativeiro da Babilônia (hebreus);
- Morte de Nabucodonossor;
- Decadência;
- Tomada pelos Persas;
Economia e Sociedade
- Agricultura (trigo e cevada);
- Artesanato e comercio cresceram posteriormente;
- Monarquia Teocrática absoluta;
- Controle de excedente agrícola pelos templos;
- Pirâmide social composta pelo rei no topo, abaixo a aristocracia composta pelos sacerdotes e militares, seguida pela grande massa de trabalhadores e alguns escravos.
- Agricultura (trigo e cevada);
- Artesanato e comercio cresceram posteriormente;
- Monarquia Teocrática absoluta;
- Controle de excedente agrícola pelos templos;
- Pirâmide social composta pelo rei no topo, abaixo a aristocracia composta pelos sacerdotes e militares, seguida pela grande massa de trabalhadores e alguns escravos.
Religião
- Descendência quase que total dos sumérios;
- Politeístas (divindades ligadas à natureza);
- Lenda do Dilúvio (deus Marduk e Gilgamés);
- Lenda da Criação;
- Recompensas terrenas imediatas;
- Não acreditavam em vida após a morte;
- Descendência quase que total dos sumérios;
- Politeístas (divindades ligadas à natureza);
- Lenda do Dilúvio (deus Marduk e Gilgamés);
- Lenda da Criação;
- Recompensas terrenas imediatas;
- Não acreditavam em vida após a morte;
Ciências, Artes e Escrita
- Conhecimento científico respeitável;
- Descobrimento de 5 planetas;
- Divisão do círculo em 360 graus;
- Sistema sexagesimal;
- Desenvolvimento matemático;
- Arquitetura destacável (Zigurates);
- Escrita Cuneiforme;
- Literatura Desenvolvida;
- Conhecimento científico respeitável;
- Descobrimento de 5 planetas;
- Divisão do círculo em 360 graus;
- Sistema sexagesimal;
- Desenvolvimento matemático;
- Arquitetura destacável (Zigurates);
- Escrita Cuneiforme;
- Literatura Desenvolvida;
Fontes:
www.ahistoria.com.br
www.brasilescola.com.br