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quarta-feira, 29 de julho de 2015

DAVI E JESUS – UM PARALELO ENTRE UM REI DA TERRA E UM REI DOS CÉUS.

DAVI E JESUS – UM PARALELO ENTRE UM REI DA TERRA E UM REI DOS CÉUS

VERSÍCULO CHAVE

“Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominadores, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por Ele e para Ele.”

LEITURA EM CLASSE

Sl. 24.7 - Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.
Sl.  24.8 - Quem é este o Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na guerra.
Sl. 24.9 – Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.
Sl. 24.10 – Quem é este o Rei da Glória? O Senhor dos exércitos; ele é o Rei da Glória.

APLICAÇÃO GERAL

Somente examinando as escrituras alcançaremos o discernimento necessário para compreendermos as comparações entre a vida de Davi e de Jesus.

ESBOÇO DA LIÇÃO

            Introdução.
            1. Suas Origens.
            2. Seus Ministérios.
            3. Uma visão de Deus
            4.
            Conclusão.

INTRODUÇÃO

            O único homem que foi segundo o coração de Deus foi Davi e alguém que esteve aqui não para fazer a sua vontade e sim a vontade daquele que o enviou também teria quer ser segundo o coração de Deus. De acordo com as profecias messiânicas este alguém só poderia vir da linhagem do Rei Davi que foi um rei escolhido por Deus e não pelo povo. Assim também o nosso Senhor Jesus Cristo foi escolhido por Deus para vir ao mundo resgatar o que se havia perdido.

1 – Suas origens
           
1.1  - Ambos os Reis nasceram em Belém de Judá
Belém foi identificada com a antiga Efrata, já citada na Bíblia (Gn 35, 16; 48, 27; Rt 4, 11), e é chamada de Belém Efrata no Livro de Miquéias (5, 2). Localizada na zona montanhosa de Judá, a cidade também era designada como Belém de Judá (Jz 17,7; Mt 2,5;Sam 17, 12), possivelmente para distingui-la de Belém de Zebulom (Js 19,15), e "a cidade de Davi" (Lc 2, 4). Sobre Davi está escrito “Então disse o Senhor a Samuel, até quando terás dó de Saul, havendo-o eu Rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche o teu vaso de azeite, e vem; enviar-te-ei a Jessé o belemita, porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei. (ISm 16.1). Davi era filho de um homem efrateu, de Belém de Judá, cujo nome era Jessé, que tinha oito filhos; e nos dias de Saul este homem era já velho e avançado em idade entre os homens. Sobre o Senhor Jesus está escrito “Tendo, pois, nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que vieram dos oriente a Jerusalém uns magos que perguntavam: Onde está aquele que é nascido reis dos Judeus? Pois do oriente vimos e sua estrela e viemos adorá-lo. (Mt 2:1-2).

1.2  – Ambos foram rejeitados
Tudo indica que Davi era realmente rejeitado, tanto pelo seu pai quanto pelos seus irmãos. Porque no momento em que todos estavam na presença do profeta Samuel, seu pai Jessé e seus irmãos, ele nem sabia o que estava acontecendo. Prova disso é quando acabam todas as possibilidades, o profeta pergunta se tinham acabados os filhos de Jessé. Em I Sm 17.28 encontramos um relato de seu irmão mais velho quando Davi chegou no campo de batalha contra os Filisteus “Eliabe, seu irmão mais velho, ouvi-o quando falava àqueles homens; pelo que se acendeu a sua ira contra Davi, e disse: Por que descestes aqui, e a quem deixastes aquelas poucas ovelhas no deserto? Eu conheço a tua presunção, a e maldade do teu coração; pois desceste para ver a peleja. No evangelho de João capitulo 1.1 diz a respeito de Jesus: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam e no cap. 7.3-5 diz: “Disseram-lhe, então seus irmãos: Retira-te daqui e vai para Judéia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes. Porque ninguém faz coisa alguma em oculto, quando procura ser conhecido. Já que fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo. Pois, nem seus irmãos criam nele.

1.3  – Ambos não reinaram de imediato
Davi depois de ungido não foi proclamado rei, ele próprio não quis tomar o reinado de Saul, aguardou pela morte dele.

CONTINUA............ 

quinta-feira, 23 de julho de 2015

PERSONALIDADE DO ESPÍRITO

I. PERSONALIDADE DO ESPÍRITO

A) Provada por Suas Características:
1) Ele é inteligente (1Co 2.10,11).
2) Ele tem emoções (Ef 4.30).
3) Ele tem vontade ( 1Co 12.11).

B) Provada por Sua Obras:
1) Ele ensina (Jo 14.26).
2) Ele guia (Rm 8.14).
3) Ele comissiona (At 13.4).
4) Ele dá ordens a homens ( At 8.29).
5) Ele age no homem (Gn 6.3). 
6) Ele intercede (Rm 8.26). 7)
7) Ele fala (Jo 15.26; 2Pe 1.21).

C) Provada pelo que Lhe é Atribuído:
1) Ele pode ser obedecido (At 10.19-21).
2) Pode-se mentir a Ele (At 5.3).
3) Ele pode ser resistido (At 7.51).
4) Ele pode ser reverenciado (Sl 51.11).
5) Pode-se blasfemar contra Ele (Mt 12.31).
6) Ele pode ser entristecido (Ef 4.30).
7) Ele pode ser ultrajado (Hb 10.29).

D) Provado por Uma Gramática Incomum:
A despeito do fato de a palavra grega para Espírito ser neutra em gênero, várias vezes se empregam pronomes masculinos para substituir o substantivo neutro, o que contraria todas as regras normais de gramática, mas indica a personalidade do Espírito (Jo 16.13,14; 15.26; 16.7,8)

II. A DIVINDADE DO ESPÍRITO

A) Provada pelos Seus Nomes:
1) Nomes que relacionam o Espírito em pé de igualdade às demais Pessoas da Trindade (1Co 6.11).
2) Nomes que O apresentam realizando obras que somente Deus pode fazer (Rm 8.15; Jo 14.16)

B) Provada por Suas Características:
O Espírito possui atributos divinos:
1) Onisciência   (1Co 2.10,11).
2) Onipresença (Sl 139.7).
3) Onipotência (Gn 1.2).
4) Verdade (1Jo 5.6).      
5) Santidade (Lc 11.13).
6) Vida (Rm 8.2).
7) Sabedoria (Is 40.13).

C) Provada por Suas Obras:
Ao Espírito são atribuídas obras que somente Deus pode realizar.
1) Criação (Gn 1.2).
2) Inspiração (2Pe 1.21).
3) Gerar a Cristo em Sua encarnação (Lc 1.35).  
4) Convencer o homem (Jo 16.8).
5) Regenerar o homem (Jo 3.5,6).
6) Consolar  (Jo 14.16).    
7) Interceder (Rm 8.26,27).
8) Santificar (2Ts 2.13).

D) Provada por Sua Associação em pé de igualdade:
Com as demais Pessoas da Trindade (At 5.3,4; Mt 28.19; 2Co 13.13)

III. A PROCESSÃO (procedência)  DO ESPÍRITO

A) Definição:
Processão é uma palavra que tenta descrever o eterno relacionamento entre o Espírito e as outras duas Pessoas da Trindade. Ele procedeu eternamente do Pai e do Filho sem que isso dividisse ou alterasse, de algum modo, a natureza de Deus.

B) História:
Este conceito foi formulado no Credo de Constantinopla em 381. Em 589, o sínodo de Toledo acrescentou a famosa cláusula latina “filioque”, que afirmava que o Espírito procedia do Pai e do Filho.

C) Escrituras:
João 15.26 afirma expressamente que o Espírito procede do Pai, ao passo que a idéia de Sua processão do Filho vem de versículos como Gálatas 4.6, Rm 8.9 e Jo 16.7.

IV. TIPOS E ILUSTRAÇÕES DO ESPÍRITO

Vestimenta ( Lc 24.49)
Pomba (Mt 3.16; Mc 1.10; Lc 3.22; Jo 1.32)
Penhor (2Co 1.22; 5.5; Ef 1.14)
Fogo (At 2.3)
Óleo (Lc 4.18; At 10.38; 2Co 1.21; 1Jo 2.20)
Selo (2Co 1.22; Ef 1.13; 4.30)
Servo ( Gn 24)
Água (Jo 4.14; 7.38,39)
Vento (Jo 3.8; At 2.1,2)

V. OBRA DO ESPÍRITO NO ANTIGO TESTAMENTO

A) Na Criação:
O Espírito deu à criação:
1) Vida (Sl 104.30; Jó 33.4).
2) Ordem (Is 40.12; Jó 26.13).
3) Beleza ( Sl 33.6; Jó 26.13).
4) Preservação (Sl 104.30).

B) No Homem:
1) Habitação Seletiva:
a) O Espírito estava em certas pessoas na época do AT (Gn 41.38; Nm 27.18; Dn 4.8; 5.11-14; 6.3)
b) O Espírito vinha sobre várias pessoas   (Jz 3.10; 6.34; 11.29; 13.25; 1Sm 10.9,10; 16.13) c) O Espírito enchia alguns (Ex 31.3; 35.31). Assim, Seu relacionamento pessoal com os homens no AT era limitado, pois nem todos experimentavam Sua ação e esta não era necessariamente permanente em todos os casos    (Sl 51.11)
2) Capacitação para serviço (especialmente na construção do Tabernáculo, Ex 31.3, mas também em outras circunstâncias, Jz 14.6).
3) Restrição geral ao pecado     (Gn 6.3).

VI. A OBRA DO ESPÍRITO NA REVELAÇÃO E INSPIRAÇÃO

A) Definições:
1) Revelação significa o desvendamento de algo que era previamente encoberto ou desconhecido. A revelação diz respeito ao material (i.e., o que).
2) Inspiração é o processo divino de supervisão dos autores humanos da Bíblia, de modo que, usando suas próprias personalidades e estilos, compuseram e registraram sem erro as palavras de Deus pra Sua revelação ao homem nos manuscritos originais (os autógrafos). A inspiração diz respeito ao modo (i.e., o como).

B) O Autor da Revelação É o Espírito Santo:
A passagem mais específica é 2 Pedro 1.21  (cf. 2Sm 23.2; Ez 2.2; Mq 3.8; Mt 22.43; At 1.16; 4.25)

C) Os Meios da Revelação:
O Espírito usou:
1) A palavra falada (Ex 19.9).
2) Sonhos (Gn 20; 31).
3) Visões (Is 6.1).
4) A Palavra escrita (Jo 14.26; 1Co 2.13).
5) Cristo

D) O Autor da Inspiração É o Espírito Santo:
1) Do Antigo Testamento (2Sm 23.2,3; 2Tm 3.16; Mc 12.36;  At 1.16; 28.25; Hb 3.7; 10.15,16).
2) Do Novo Testamento.
A) A inspiração do Novo Testamento foi pré-autenticada por Cristo (Jo 14.26).
B) Ela é afirmada pelos autores do Novo Testamento (1Co 14.37; Gl 1.7,8; 1Ts 4.2,15;  2Ts 3.6,12,14).
C) Ela é atestada mutuamente pelos apóstolos (1Tm 5.18; 2Pe 3.16).

VII. A OBRA DO ESPÍRITO NA VIDA DE CRISTO

A) Em Seu Nascimento Virginal:
O Espírito Santo realizou a concepção no útero de Maria   (Lc 1.35).

B) Em Sua Vida:
1) Cristo foi ungido pelo Espírito (Lc 4.18; At 10.38). Essa unção ocorreu em Seu batismo, mas não é idêntica ao batismo (Jo 1.32). Essa unção significa capacitação para o serviço.
2) Cristo foi cheio do Espírito (Lc 4.1).
3) Cristo foi selado com o Espírito (Jo 6.27)  
4) Cristo foi guiado pelo Espírito (Lc 4.1).
5) Cristo foi capacitado pelo Espírito     (Mt 12.28).

C) Em Sua Morte:
(Cf. Hb 9.14; alguns citam também Rm 1.4)

D) Em Sua Ressurreição:
(1Pe 3.18, possivelmente.)

VIII. A OBRA DO ESPÍRITO NA SALVAÇÃO

A) Convencimento:
(Jo 16.8-11)
1) Definição: Convencer (Jo 16.8) significa esclarecer a verdade do evangelho perante a pessoa não salva, de modo que seja reconhecida como verdade, quer a pessoa receba ou não a cristo como seu Salvador.
2) Detalhes:
a) Do pecado. O estado pecaminoso do homem se deve à sua incredulidade.
B) Da Justiça. O homem é convencido da justiça de Cristo porque Ele ressurgiu e ascendeu à direita do Pai.
C) Do juízo. O Espírito convence sobre o juízo vindouro porque satanás (o maior inimigo) já foi julgado.

B) Regeneração: (Tt 3.5)
1) Definição: O ato divino de geração espiritual, pelo qual Ele comunica vida eterna e nova natureza.
2) Meio: É a obra de Deus, particularmente do Espírito  (Jo 3.3-7; Tt 3.5). A fé é o requisito humano em presença do qual o Espírito regenera, e a Palavra de Deus fornece o conteúdo cognitivo da fé.
3) Características:
a) É um ato instantâneo, não um processo (embora seus antecedentes e conseqüências possam ser processos).
b) É não-experimental (não se deriva ou baseia em experiência, embora seja seguida das experiências comuns à vida cristã).
4) Conseqüências:
a) Uma nova natureza (2Co 5.17)   
b) Uma nova vida ( 1Jo 2.29).

C) Habitação: ( 1Co 6.19).
1) As pessoas habitadas: Todos os verdadeiros crentes, porque:   
a) Mesmos crentes em pecado desfrutam da habitação (1Co 6.19)
b) O Espírito é um dom ( Rm 5.5)
c) A ausência do Espírito é prova da condição de não-salvo (Rm 8.9).                   
2) A Permanência da habitação: Os crentes podem perder a plenitude do Espírito, mas não a Sua habitação (Jo 14.16).
3) Problemas com a habitação:
a) A obediência é uma condição  (At 5.32)? Sim, mas a obediência à fé cristã (At 6.7; Rm 1.5)
b) Algumas pessoas não foram apenas temporariamente habitadas? Sim, mas apenas antes do dia de Pentecostes (1Sm 16.14)
c) Qual a relação entre a unção e a habitação? Elas ocorrem ao mesmo tempo, mas com propósitos diferentes: a habitação é a presença de Deus na vida do crente, ao passo que a unção o capacita a ser ensinado pelo Espírito (1Jo 2.20,27).

IX. OS DONS DO ESPÍRITO

A) Definição:
Um dom espiritual é uma capacidade dada por Deus ao crente para desempenho de um serviço. Não é um lugar de serviço, nem um ministério para um grupo etário especifico, nem um procedimento.

B) Distribuição:
1) Fonte: O Espírito ( 1Co 12.11)
2) Extensão: Todo crente tem pelo menos um, mas não todos (1Pe 4.10).
3) Tempo: Cada geração pode ou não ter todos os dons. Alguns dons foram concedidos para o estabelecimento, a fundação da Igreja (Ef 2.20)

C) Desenvolvimento:
Essas capacidades podem e devem ser desenvolvidas por quem as tem.

D) Descrição:
 
Listas de dons se encontram em Rm 12.6-8; 1Co 12.8-10, 28-30; Ef 4.11

X. A PLENITUDE DO ESPÍRITO

A) Definição:
Ter a plenitude do Espírito, ou ser cheio do Espírito, significa ser controlado pelo Espírito (Ef 5.18)

B) Características:
1) A plenitude do Espírito é uma ordem pra o crente (Ef 5.18, o verbo é um imperativo)
2) A plenitude é passível de repetição (At 2.4; 4.31)
3) A plenitude do Espírito produz semelhança a Cristo ( Gl 5.22,23)

C) Condições para Estar Cheio do Espírito:
1) Uma vida dedicada (consagrada): A submissão ao controle do Espírito, embora ordenada, é voluntária e exige atos de dedicação. Isto inclui dois aspectos: Dedicação Inicial (Rm 12.1,2) e a Dedicação Continua da Vida (Rm 8.14). 
2) Uma Vida Vitoriosa: Vitória diária sobre o pecado no cotidiano é uma necessidade para esse controle do Espírito (Ef 4.30). Isto significa reagir corretamente à luz da Palavra à medida que esta é revelada (1Jo 1.7)
3) Uma Vida de Dependência: Este é o significado de “andar no Espírito” (Gl 5.16).

D) Conseqüências:
Ser cheio o controlado pelo Espírito significa:
1) Um caráter semelhante ao de Cristo ( Gl 5.22,23)
2) Adoração e Louvor (Ef 5.18-20)
3) Submissão (Ef 5.21)
4) Serviço (Jo 7.37-39)


XI. OUTROS MINISTÉRIOS DO ESPÍRITOEnsino: Jo 16.12-15
Orientação: Rm 8.14
Convicção: Rm 8.16
Intercessão: Rm 8.26; Ef 6.18


Fonte: “A Bíblia Anotada”

O Cânon: Antigo e Novo Testamento

O Cânon: Antigo e Novo Testamento

O sentido desta palavra tem diversas aplicações, dentre elas, Escrituras Sagradas, consideradas como regra de fé e prática. A palavra cânon é de origem grega. Empregou-se, nesta acepção pelos primeiros doutores da Igreja, mas a idéia é mais remota. Para que um livro tivesse lugar entre os outros livros da Bíblia, precisava ser canônico; outro livro, sem os requisitos necessários para tal fim, chamava-se não canônico.

O cânon do Antigo Testamento (A.T.):

A literatura sagrada evoluiu gradativamente e foi cuidadosamente vigiada.
Os dez mandamentos escritos em tábuas de pedra, e que eram a constituição de Israel, foram guardados em uma arca, Ex 40.20. Os estatutos foram registrados no livro do pacto, 20.23, até cap. 23.33; 24.7. O livro da lei, escrito por Moises, era colocado ao lado da arca, Dt 31.24-26. A esta coleção se ajuntaram os escritos de Josué, Js 24. 26.
Samuel escreveu a lei do reino e a depositou diante do Senhor, 1Sm 10. 25. No tempo do rei Josias, o livro da lei do Senhor, o bem conhecido livro, foi encontrado no Templo e reconhecido pelo rei, pelos sacerdotes, pelo povo, pelas autoridades e pelos anciãos, 2Rs 22.8-20.
Do Livro encontrado se tiraram cópias, Dt 17.18-20. Os profetas reduziram as suas palavras a escrito, Jr 36.32, e eram familiarizados reciprocamente com os seus escritos que os citavam como padrões autorizados, Is 2.2-4; Mq 4.1-3.
A lei e os profetas eram tidos como produções autorizadas; inspiradas pelo Espírito Santo, e cuidadosamente guardadas por Jeová, Zc 1.4; 7.7,12.
A lei de Moisés compreendendo os cinco primeiros livros da Bíblia, circulava como uma porção distinta da literatura sagrada no tempo de Esdras em cujas mãos esteve, Ed 7.14, sendo douto no conhecimento dela, 6,11. A pedido do povo, ele leu publicamente no livro da Lei, Ne 8.1,5,8. Por este tempo, e antes do cisma, entre os judeus e os samaritanos, chegar a seu termo, o Pentateuco foi levado para Samaria.
O colecionamento dos profetas menores em um grupo de doze, é confirmado por Jesus, filho de Siraque, como em voga, no ano 200 A.C. Sua linguagem dá a entender a existência do grande grupo formado pelos livros de Josué, Juizes, Samuel, Reis, Isaías, Jeremias, Ezequiel e os doze profetas menores, que formavam a segunda divisão do cânon hebreu, caps. 46-49.     
A existência da tríplice divisão das Escrituras em “Lei, Profetas e os outros que os acompanharam”; ou “a Lei, os Profetas e os outros livros”, ou, “a Lei, os Profetas e o resto dos livros”, é confirmada já no ano 182 A.C. juntamente com a existência de uma versão grega da mesma época, atestada pelo neto de Jesus, filho de Siraque.
O judeu Filo, que nasceu em Alexandria no ano 20 A.C. e ali morreu no reinado de Cláudio, possuía o cânon, e citou quase todos os livros, com exceção dos Apócrifos.
O Novo Testamento cita as “Escrituras” como escritos de autoridade religiosa, Mt 21.42; 26.56; Mc 14.49; Jo 10.35; 2Tm 3.16, como livros santos em Rm 1.2; 2Tm 3.15, e como Oráculos de Deus, em Rm 3.2; Hb 5.12; 1Pe 4.11; e menciona a tríplice divisão em Moisés, Profetas e Salmos, em Lc 24.44, cita e faz referências a todos os outros livros, exceto Obadias e Naum, Esdras, Ester, Cântico dos Cânticos e Eclesiastes.
Josefo que foi contemporâneo do apóstolo Paulo, cujos escritos datam do ano 100 A.D., falando do seu povo, diz: “Nós temos apenas 22 livros, contendo a história de todo o tempo, livros em que “nós cremos”, ou segundo geralmente se diz, livros aceitos como divinos”, e o mesmo escritor exprime em termos bem fortes, afirmando a exclusiva autoridade destes escritos, e continua, dizendo: “Desde os dias de Artaxerxes até os nossos dias, todos os acontecimentos estão na verdade escritos; ma estes últimos registros não têm merecido igual crédito, como os anteriores, por causa de não mencionarem a sucessão exata dos profetas. Há uma prova prática do espírito em que tratamos as nossas Escrituras; apesar de ser tão grande o intervalo de tempo decorrido até hoje, ninguém se aventurou a acrescentar, a tirar, ou a alterar uma única sílaba; faz parte da natureza de cada judeu, desde o dia em que nasce, considerar estas Escrituras como ensinos de Deus; confiar nelas, e, se for necessário, dar alegremente a vida, em sua defesa”.

Josefo apresenta o conteúdo das Escrituras sob três divisões:
1. “Cinco livros pertencem a Moisés, e contêm as suas leis e as tradições sobre a origem da humanidade, até a sua morte.”
2. Desde a
morte de Moisés até Artaxerxes, escreveram os profetas que viveram depois dele, os fatos de seu tempo, em treze livros.” Josefo acompanhou o arranjo feito nos livros da Escritura pelos tradutores de Alexandria. Os treze livros são provavelmente, Josué, Juizes com Rute, Samuel, Reis, Crônicas, Esdras com Neemias, Ester, Jó, Daniel, Isaias, Jeremias com as Lamentações, Ezequiel e os doze Profetas Menores.
3. Os quatro livros restantes, contêm hinos a Deus e preceitos de conduta para a vida humana. Sem dúvida ele se refere aos Salmos, ao Cântico dos Cânticos, aos Provérbios e ao Eclesiastes.

Havia uma tradição corrente, que o cânon fora arranjado no tempo de Esdras e de Neemias. Josefo, já citado, fala da crença universal de seus patrícios de que nenhum livro havia sido acrescentado desde o tempo de Artaxerxes, isto é, desde Esdras e Neemias.

Uma extravagante legenda do fim do primeiro século da era cristã deu curso a uma tradição de que Esdras havia restaurado a lei, é mesmo o Antigo Testamento inteiro por se haverem perdidos os exemplares guardados no Templo, Ne 14.21,22,40. Afirma a tal legenda que os judeus da Palestina, naquela época, reconheciam os livros canônicos, como sendo vinte e quatro.
Uma passagem de duvidosa autenticidade e de data incerta, talvez escrita 100 anos antes de Cristo em 2Macabeus 2.13, alude à atividade de Neemias em conexão à segunda e terceira divisão do cânon.
Ireneu transmite a tradição assim: “Depois que os sagrados escritos foram destruídos, no exílio, sob o domínio de Nabucodonosor, quando os judeus, depois de setenta anos, voltaram do cativeiro para a sua pátria, Ele (Deus) nos dias de Artaxerxes, inspirou a Esdras, o sacerdote, da tribo de Levi, para arranjar de novo todas as palavras dos profetas dos dias passados, e restaurar para uso do povo a legislação de Moisés.”
Elias, levita, escrevendo em 1588, fala da crença que o povo tinha, dizendo: “No tempo de Esdras os 24 livros ainda não estavam unidos em um volume. Esdras e seus associados fizeram deles um volume dividido em três partes, a lei, os profetas e a hagiógrafa.” Esta tradição contém verdades. Se pode ser aceita em todos os seus particulares, isso depende de determinar a data em que certo, livros foram escritos, tais como Neemias e Crônicas.

O Pentateuco, como trabalho de Moisés, com
preendendo a incorporação das leis fundamentais da nação, formou uma divisão do cânon, e com direitos firmados na cronologia, ocupou o primeiro lugar na coleção dos livros.
A segunda divisão dos livros teve a designação de proféticos por serem escritos pelos seus autores assim chamados. Estes livros eram em número de oito, Josué, Juizes, Samuel, e Reis, denominados os primeiros profetas, e Isaias, Jeremias, Ezequiel e os doze profetas menores, denominados os últimos profetas.
O núcleo da terceira divisão é formado de seções de livros de Salmos e Provérbios.
Tinham duas feições distintas: eram essencialmente poéticos e os seus autores não eram oficialmente profetas. Atraíram para si todas as outras produções de literatura semelhante. A oração de Moisés no Salmo 90, não foi escrita por profeta, mas foi colocada nesta divisão dos livros da Escritura por ser produção poética. Pela mesma razão, as Lamentações de Jeremias, escritas por profeta, e sendo poesia, entraram na terceira divisão do cânon hebreu. Uma razão adicional existiu para separá-las de Jeremias, é que eram lidas por ocasião dos aniversários da destruição de ambos os templos, e por isso, foram postas com os quatro livros menores que eram lidos por ocasião de outros quatro aniversários, Cânticos, Rute, Eclesiastes e Ester, e formavam os cinco rolos, ou Megilloth. O livro de Daniel foi incluído nesta parte por ter sido escrito por homem que, posto dotado de espírito profético, não era oficialmente profeta. Com toda a probabilidade, as Crônicas foram escritas por um sacerdote e não profeta, e por esta razão, foram postas na terceira divisão do cânon.
Não sabemos por que estes livros se acham nesta divisão, quando é certo que alguns deles e partes deles que agora se acham nela, já existiam antes de Malaquias e Zacarias na segunda divisão.
É conveniente que se diga que, conquanto o conteúdo das diversas divisões do cânon permanecessem inalteráveis, a ordem dos livros da terceira divisão variou de tempos em tempos; e mesmo na segunda divisão o Talmude dá Isaias entre Ezequiel e os Profetas Menores. Esta ordem dos quatro livros proféticos, Jeremias, Ezequiel, Isaías, e os Profetas Menores, foi evidentemente determinada pelo tamanho, dando a prioridade aos de maior volume.
Logo no fim do primeiro século da nossa era, o direito de certos livros figurarem na terceira divisão do cânon, foi disputado. Não havia dúvida em pertencerem ao cânon. As discussões versaram sobre o conteúdo dos livros e sobre as dificuldades de harmonizá-los entre si. Estes debates, porém, eram meras exibições intelectuais. Não havia intenção de excluir do cânon qualquer destes livros, e sim tornar bem claro o direito que ele tinham aos lugares que ocupavam.

O cânon do Novo Testamento (N.T.):

A igreja apostólica recebeu da igreja judaica a crença em uma regra de fé escrita.
Cristo mesmo confirmou esta crença, apelando para o Antigo Testamento como a palavra de Deus escrita, Jo 5.37-47; Mt 5.17,18; Mc 12.36; Lc 16.31, instruindo os seus discípulos nela, Lc 24.45.
Os apóstolos habitualmente referem-se ao Antigo Testamento como autoridade, Rm 3.2,21; 1Co 4.6; Rm 15.4; 2Tm 3.15-17; 2Pe 1.21.

Em segundo lugar, os apóstolos baseavam o seu ensino, oral ou escrito na autoridade do Antigo Testamento, 1Co 2.7-13; 14.37; 1Ts 2.13; Ap 1.3, e ordenavam que seus escritos fossem lidos publicamente, 1Ts 5.27; Cl 4.16,17, 2Ts 2.15; 2Pe 1.15; 3.1-2, enquanto que as revelações dadas à Igreja pelos profetas Inspirados, eram consideradas como fazendo parte, juntamente com as instruções apostólicas, do fundamento da Igreja, Ef 2.20.

Era natural e lógico que a literatura do Novo Testamento fosse acrescentada à do Antigo, ampliando deste modo o cânon de fé. No próprio Novo Testamento se vê a intima relação entre ambos, 1Tm 5.18; 2Pe 3.1,2,16.
Nas épocas pós-apostólicas, os escritos procedentes dos apóstolos e tidos como tais, foram gradualmente colecionados em um segundo volume do cânon, até se completar o que se chama o Novo Testamento.
Porquanto, desde o princípio, todo livro destinado ao ensino da Igreja em geral, endossado pelos apóstolos, quer fosse escrito por algum deles, quer não, tinha direito a ser incluído no cânon, e constituía doutrina apostólica. Desde os primeiros três séculos da Igreja, era baseado neste principio que se ajuntavam os livros da segunda parte do cânon.

A coleção completa fez-se vagarosamente, por varias razões. Alguns dos livros só eram conhecidos como apostólicos em algumas Igrejas. Somente quando esses livros entraram no conhecimento do corpo cristão em todo o Império Romano, é que eles foram aceitos como de autoridade apostólica.
O processo adotado foi lento, por causa ainda do aparecimento de vários livros heréticos e escritos espúrios, com pretensões de autoridade apostólica.
Apesar da sua lentidão, os livros aceitos por qualquer igreja, eram considerados canônicos porque eram apostólicos. O ensino dos apóstolos era regra de fé, e lido nas reuniões do culto público.

Já no principio do segundo século, os escritos apostólicos eram chamados Escrituras. Os evangelhos segundo Marcos e Lucas entraram na Igreja pela autoridade de Pedro e Paulo, de que foram companheiros. Logo começaram os comentários a estes escritos, cuja fraseologia saturou a literatura da idade pós-apostólica.
São dignos de nota os seguintes fatos para explicar a rapidez com que a coleção dos Livros se estendeu a toda a Igreja.
Os quatro evangelhos entraram nas igrejas desde o principio do segundo século. A segunda epístola de Pedro, cap. 3.16, mostra-nos que as epistolas de Paulo já haviam formado uma coleção de escritos familiares aos leitores das cartas de Pedro.
Muito cedo aparecem as expressões “evangelho” e “apóstolos” designando as duas partes do novo volume. A evidência sobre a canonicidade dos Atos Apostólicos, leva-nos à primeira metade do segundo século. Alguns livros, é certo, sofreram contestações por parte de certos grupos de igrejas, mas serve para provar que tais livros entraram no cânon depois de evidentes provas de sua autenticidade.
Finalmente, vê-se que a Igreja da Síria, no segundo século, recebeu como canônicos todos os livros de que se compõe o atual Novo Testamento, exceto o Apocalipse, a epístola de Judas, a segunda de Pedro, a segunda e a terceira de João.
A Igreja Latina aceitou todos os livros, menos as epístolas de Pedro, a de Tiago, a terceira de João; a Igreja africana do norte aceitou todos os livros, exceto a epístola aos Hebreus, a segunda de Pedro e talvez a de Tiago. As coleções recebidas pelas mencionadas igrejas somente continham os livros que elas haviam recebido formalmente, como de autoridade apostólica, mas isto não prova a não existência de outros livros de igual procedência e autoridade.
Os restantes eram universalmente aceitos no curso do terceiro século, apesar de opiniões diferentes a respeito de alguns deles.
No decorrer dos tempos, e quando entramos na época dos concílios, o Novo Testamento aparece na lista dos livros canônicos como hoje o temos. No quarto século, dez dos padres da Igreja e dois concílios deixaram listas dos livros canônicos. Em três destas listam omitem o Apocalipse, contra o qual se levantaram objeções que desapareceram diante dos testemunhos abundantes em seu favor. As outras listas dão o Novo Testamento como hoje o temos. Em vista destes fatos, deduzimos:
1.Apesar de a formação do N. T. cm um volume ter sido morosa, nunca deixou de existir a crença de ser ele livro considerado como regra de fé primitiva e apostólica.
A história da formação do cânon do N. T. serve apenas para mostrar como se chegou gradualmente a conhecer os direitos que eles tinham para entrar no rol dos livros Inspirado..
2.As diferenças de opinião sobre quais os livros canônicos e sobre os graus de certeza em favor deles, vêem-se nos escritos e nas Igrejas do segundo século. Este fato, pois, mais uma vez vem afirmar o cuidado e o escrúpulo das Igrejas em receber livros como apostólicos sem evidentes provas. Do mesmo modo se procedeu com referência aos livros espúrios.
3.A prova em favor da canonicidade dos livros do Novo Testamento é a evidência histórica. Quanto a isto, o juízo da Igreja primitiva em favor dos nossos vinte e sete livros é digno de inteira fé, enquanto não for provado o contrário. Não os devemos aceitar como tais, só porque os concílios eclesiásticos os decretaram canônicos, nem por causa do que eles dizem. A questão versa só e unicamente sobre a sua evidencia histórica.
4.Finalmente se nota que a palavra cânon não se aplicou à coleção dos livros sagrados antes do quarto século. Não obstante, existia, a noção que representa, isto é, que os livros sagrados eram regra de fé, contendo a doutrina apostólica.

Dicionário da Bíblia John Davis


A volta de Cristo

A Segunda Vinda de Cristo

O Novo Testamento apresenta vasta cópia de previsões da Segunda Vinda de Cristo: cerca de 300 referências têm sido verificadas. A matéria tem dado margens ás mais variadas interpretações, oriundas em grande parte da tentativa de se entrosar as diferentes previsões umas com as outras como se fossem peças de um quebra-cabeça, e assim preparar uma espécie de catálogo bíblico do porvir, uma narrativa histórica escrita com antecipação.
Examinando o Novo Testamento, verificamos que a intenção divina das profecias é outra. Ao falar de sua volta, Jesus frisava:
“Vigiai! Porque não sabeis o dia nem a hora...” Seu intuito era o de incutir em seus discípulos a vigilância, para que fossem “semelhantes a homens que esperam” a volta do seu senhor (Lc 12:36).
Nesse caso, para que tantos pormenores nas previsões? 
Os cristãos deveriam lembrar as informações que seu Mostre lhes confiava, para que, quando vissem acontecer essas cousas, soubessem que estava próximo o reino de Deus (Lc 21:31). As profecias não constituíam história escrita com antecedência, como que para satisfazer as curiosidades, e sim, motivo de estimulo à vigilância e confirmação da fé por ocasião de seu cumprimento.

Observado isso, vejamos o que realmente sabemos da futura vinda de Cristo.

a) Como e quando se dará sua Vinda?
1) Será pessoal, “como o vistes subir” (At 1:11);
2) Será visível e inconfundível (Mt 24:20,47; Ap 1:7);
3) Será repentina e inesperada (Mt 24:36-44; Lc 21:34; 1Co 15:52);
4) Poderá dar-se muito breve (Mt 24:42,44; 25:13; Ap 22:20).

b) A que virá Cristo?
1) Paras separação dos homens (Mt 24:40-41). Sua primeira vinda trouxe divisão (Lc 12:51) e sua segunda vinda concretizará e efetivará essa separação;
2) Para a ressurreição dos mortos (Jo 5:28-29; Jo 6:39-40,44; 1Co 15; 1Ts 4.13-17; Ap 20.13);
3) Para a reunião dos seus consigo no arrebatamento (1Ts 4.17; 2Ts 2.1);
4) Para a transformação dos seus (1Co 15.50-54) à sua própria semelhança (1Jo 3.2; Fp 3.20-21);
5) Para a permanência dos seus consigo para sempre (1Ts 4.17b) e o estabelecimento do Seu Reino (Ap 20.1-7; Is 11);
6) Para o julgamento de todos, tanto dos remidos como dos condenados, de acordo com suas obras (Mt 25.31-46): aqueles para o galardão (1Co 3.10-15; Rm 14.10,12; 2Co 5.9,10); e estes. Para a execução da sentença já lavrada (Jo 3.18; 2Ts 2.12; Ap 20.11-15);
7) Para a destruição das cousas ora existentes e o estabelecimento de ovos céus e nova terra (2Pe 3.10-13; Ap 21.22);
8) Para que, finalmente, “Deus seja tudo em todos” (1Co 15.28).


Fonte: Bíblia Vida Nova

A Excelência da Palavra de Deus

A Excelência da Palavra de Deus

O vocábulo “excelência” expressa aquilo que está em primeiro lugar, o que tem a primazia, o que a tudo supera. A palavra pronunciada por Deus, sempre se coloca numa posição superior a todas e demais palavras. A razão é óbvia, quem pode proferir palavras com maior sabedoria e autoridade do que aquele que criou o universo e tudo o que nele se encontra? A Bíblia é a Palavra de Deus dirigida aos homens.
Ela é, sempre, uma palavra final, soberana e eterna – “Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece para sempre” (I Pedro 1.24,25). O que procede de Deus é imutável e permanente, o que se origina no homem é efêmero e precário. Eis um das fortes razões para que a igreja, serva de Deus para servir ao mundo, deve conhecer e viver sob a instrução da Palavra divina.
 Deus ao decidir criar o homem e a mulher, anunciou o fato com a sua própria voz – “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. Tudo se origina da palavra que Deus pronuncia. Após criar o primeiro homem, ele “os abençoou e lhes disse...” (Gênesis 1.26), isso atesta que ele busca se comunicar com o ser que criou, falando-lhe. Deus nunca deixou de se dirigir aos homens, pois, ele é o afetuoso Pai que anseia por tê-los como membros da sua família eterna.

A PALAVRA FEITA CARNE
O testemunho que encontramos no livro de Hebreus diz: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a que constituiu herdeiro de todas as cousas, pelo qual também fez o universo” (Hebreus 1.1,2). E o evangelho de João atesta: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” – “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade” (João 1.1,14). Jesus é o Verbo – a Palavra – de Deus por excelência – “Pois o enviado de Deus fala as palavras dele” (João 3.34). Jesus é a Palavra de Deus que é amor, mesmo quando ele profere um julgamento.
Na Bíblia nós encontramos - de Gênesis ao Apocalipse - testemunhos sobre a pessoa e a obra de Jesus. Essas declarações são os pontos mais altos de toda a palavra que veio de Deus, para que o homem conheça o seu propósito eterno de salva-lo, pois, está distante dele. Desde Abel, no Antigo Testamento, até os profetas, encontramos homens e mulheres que “morrem na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe” (Hebreus 11.13); eles creram nas palavras proféticas de Deus, e compreenderam que elas se realizariam com a vinda de seu Filho ao mundo – “Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele [em Jesus] o sim” (II Coríntios 1.20).
O imutável pedido de Jesus a todos que são seus discípulos é: “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito” (João 15.7). Essa é uma das muitas razões pela qual nós, individualmente, e a igreja, coletivamente, precisamos amar, conhecer e viver a palavra divina.

A PALAVRA E A ORAÇÃO
Assim como Jesus teve que abrir a mente dos discípulos em Emaús para que  pudessem entender as Escrituras (Lucas 24.27) e, também, dos demais discípulos reunidos quando lhes apareceu após a ressurreição (Lucas 24.40), ele deseja abrir, hoje, as nossas mentes para que possamos “ouvir” e “crer” mais profundamente. Para que isso ocorra, o estudo, a leitura, o ouvir da Palavra, requerem, de nossa parte, uma atitude de oração. Assim, o Espírito Santo revelará, ao que ora, toda a riqueza que os textos bíblicos contem - “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Romanos 8.16). Nunca o Espírito Santo deixa de revelar a verdade eterna aos que são filhos de Deus e estão atentos para ouvi-lo.

O PROPÓSITO DE PALAVRA DE DEUS
II Timóteo 3.15-17 diz que as sagradas letras “podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus”, e que, “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda a boa obra” - “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido dadas todas as cousas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo” (II Pedro 1.3,4).

A PALAVRA DE DEUS PRODUZ:

VIDA – I João 6.63 - “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida”.

PRODUZ FÉ – Hebreus 11.3 – “Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das cousas que não aparecem”.

LIMPA – João 15.3 – “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado”.

LUZ - II Pedro 1.19 – “Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração”.

ENTENDIMENTO – Salmo 119.105 – “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz, para os meus caminhos”.

FIRME SEGURANÇA – Mateus 7.24,25 – “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha”.  
       
REGENERA – I Pedro 1.23 – “pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas da incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e permanece para sempre”.

A Palavra é eterna – “a palavra do Senhor, porém, permanece para sempre” (I Pedro 1.25).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Bíblia deve ser o nosso alimento espiritual diário se desejamos ser fortes e vigorosos na fé que professamos. Precisamos ter: decisão para ler a Palavra constantemente; graça para assimilá-la; presteza para reproduzi-la no viver diário e conhecimento para darmos testemunho dela aos outros. Se alguém não possui o necessário entendimento para isso, o útil conselho que a própria Escritura dá é: “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida” (Tiago 1.5).
Não esqueçamos que a Palavra é - (a) leite que nutre – “desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” (I Pedro 2.2); (b) água que limpa – “tendo-a purificado por meio da lavagem e da água pela palavra” (Efésios 5.26); (c) espada para as lutas – “Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Efésios 6.17); (d) mel que deleita – “os juízos do Senhor são verdadeiros e igualmente justos,... são mais doces do que o mel e o destilar dos favos” (Salmo 19.10); (e) fogo e martelo – “Não é a minha palavra fogo, diz o Senhor, e martelo que esmiúça a penha?” (Jeremias 23.29); e, finalmente, “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos” (Salmo 19.7,8). Amém.

Fonte: adorar.net

Arqueologia Bíblica e seu obetivo

ARQUEOLOGIA BÍBLICA

A Natureza e o Propósito da Arqueologia Bíblica.

A palavra arqueologia vem de duas palavras gregas, archaios e logos, que significam literalmente “um estudo das coisas antigas”. No entanto, o termo se aplica, hoje, ao estudo de materiais escavados pertencentes a eras anteriores. A arqueologia bíblica pode ser definida como um exame de artefatos antigos outrora perdidos e hoje recuperados e que se relacionam ao estudo das Escrituras e à caracterização da vida nos tempos bíblicos.
A arqueologia é basicamente uma ciência. O conhecimento neste campo se obtém pela observação e estudo sistemáticos, e os fatos descobertos são avaliados e classificados num conjunto organizado de informações. A arqueologia é também uma ciência composta, pois busca auxílio em muitas outras ciências, tais como a química, a antropologia e a zoologia.
Naturalmente, alguns objetos de investigação arqueológica (tais como obeliscos, tempos egípcios e o Partenon em Atenas) jamais foram “perdidos”, mas talvez algum conhecimento de sua forma e/ou propósito originais, bem como o significado de inscrições neles encontradas, tenha se perdido.

Funções da Arqueologia Bíblica

A arqueologia auxilia-nos a compreender a Bíblia. Ela revela como era a vida nos tempos bíblicos, o que passagens obscuras da Bíblia realmente significam, e como as narrativas históricas e os contextos bíblicos devem ser entendidos.
A Arqueoloia também ajuda a confirmar a exatidão de textos bíblicos e o conteúdo das Escrituras. Ela tem mostrado a falsidade de algumas teorias de interpretação da Bíblia. Tem auxiliado a estabelecer a exatidão dos originais gregos e hebraicos e a demonstrar que o texto bíblico foi transmitido com um alto grau de exatidão. Tem confirmado também a exatidão de muitas passagens das Escrituras, como, por exemplo, afirmações sobre numerosos reis e toda a narrativa dos patriarcas.
Não se deve ser dogmático, todavia, em declarações sobre as confirmações da arqueologia, pois ela também cria vários problemas para o estudante da Bíblia. Por exemplo: relatos recuperados na Babilônia e na Suméria descrevendo a criação e o dilúvio de modo notavelmente semelhante ao relato bíblico deixaram perplexos os eruditos bíblicos. Há ainda o problema de interpretar o relacionamento entre os textos recuperados em Ras Shamra (uma localidade na Síria) e o Código Mosaico. Pode-se, todavia, confiantemente crer que respostas a tais problemas virão com o tempo. Até o presente não houve um caso sequer em que a arqueologia tenha demonstrado definitiva e conclusivamente que a Bíblia estivesse errada!

Por Que Antigas Cidades e Civilizações Desapareceram

Sabemos que muitas civilizações e cidades antigas desapareceram como resultado do julgamento de Deus. A Bíblia está repleta de tais indicações. Algumas explicações naturais, todavia, também devem ser brevemente observadas.
As cidades eram geralmente construídas em lugares de fácil defesa, onde houvesse boa quantidade de água e próximo a rotas comerciais importantes. Tais lugares eram extremamente raros no Oriente Médio antigo. Assim, se alguma catástrofe produzisse a destruição de uma cidade, a tendência era reconstruir na mesma localidade. Uma cidade podia ser amplamente destruída por um terremoto ou por uma invasão. Fome ou pestes podiam despovoar completamente uma cidade ou território. Nesta última circunstância, os habitantes poderiam concluir que os deuses haviam lançado sobre o local uma maldição, ficando assim temerosos de voltar. Os locais de cidades abandonadas reduziam-se rapidamente a ruínas. E quando os antigos habitantes voltavam, ou novos moradores chegavam à região, o hábito normal era simplesmente aplainar as ruínas e construir uma nova cidade. Formava-se, assim, pequenos morros ou taludes, chamados de tell, com muitas camadas superpostas de habitação. Às vezes, o suprimento de água se esgotava, rios mudavam de curso, vias comerciais eram redirecionadas ou os ventos da política sopravam noutra direção - o que resultava no permanente abandono de um local.

A Escavação de um Sítio Arqueológico

O arqueólogo bíblico pode ser dedicar à escavação de um sítio arqueológico por várias razões. Se o talude que ele for estudar reconhecidamente cobrir uma localidade bíblica, ele provavelmente procurará descobrir as camadas de ocupações relevantes à narrativa bíblica. Ele pode estar procurando uma cidade que se sabe ter existido mas ainda não foi positivamente identificada. Talvez procure resolver dúvidas relacionadas à proposta identificação de um sítio arqueológico. Possivelmente estará procurando informações concernentes a personagens ou fatos da história bíblica que ajudarão a esclarecer a narrativa bíblica.
Uma vez que o escavador tenha escolhido o local de sua busca, e tenha feito os acordos necessários (incluindo permissões governamentais, financiamento, equipamento e pessoal), ele estará pronto para começar a operação. Uma exploração cuidadosa da superfície é normalmente realizada em primeiro lugar, visando saber o que for possível através de pedaços de cerâmica ou outros artefatos nela encontrados, verificar se certa configuração de solo denota a presença dos resto de alguma edificação, ou descobrir algo da história daquele local. Faz-se, sem seguida, uma mapa do contorno do talude e escolhe-se o setor (ou setores) a ser (em) escavado (s) durante uma sessão de escavações. Esses setores são geralmente divididos em subsetores de um metro quadrado para facilitar a rotulação das descobertas.

A Arqueologia e o Texto da Bíblia

Embora a maioria das pessoas pense em grandes monumentos e peças de museu e em grandes feitos de reis antigos quando se faz menção da arqueologia bíblica, cresce o conhecimento de que inscrições e manuscritos também têm uma importante contribuição ao estudo da Bíblia. Embora no passado a maior parte do trabalho arqueológico estivesse voltada para a história bíblica, hoje ela se volta crescentemente para o texto da Bíblia.
O estudo intensivo de mais de 3.000 manuscritos do Novo Testamento (N.T.) grego, datados do segundo século da era cristão em diante, tem demonstrado que o N.T. foi notavelmente bem preservado em sua transmissão desde o terceiro século até agora. Nem uma doutrina foi pervertida. Westcott e Hort concluíram que apenas uma palavra em cada mil do N.T. em grego possui uma dúvida quanto à sua genuinidade.
Uma coisa é provar que o texto do N.T. foi notavelmente preservado a partir do segundo e terceiro séculos; coisa bem diferente é demonstrar que os evangelhos, por exemplo, não evoluíram até sua forma presente ao longo dos primeiros séculos da era cristã, ou que Cristo não foi gradativamente divinizado pela lenda cristã. Na virada do século XX uma nova ciência surgiu e ajudou a provar que nem os Evangelhos e nem a visão cristã de Cristo sofreram evoluções até chegarem à sua forma atual. B. P. Grenfell e A. S. Hunt realizaram escavações no distrito de Fayun, no Egito (1896-1906), e descobriram grandes quantidades de papiros, dando início à ciência da papirologia.
Os papiros, escritos numa espécie de papel grosseiro feito com as fibras de juncos do Egito, incluíam uma grande variedade de tópicos apresentados em várias línguas. O número de fragmentos de manuscritos que contêm porções do N.T. chega hoje a 77 papiros. Esses fragmentos ajudam a confirmar o texto feral encontrado nos manuscritos maiores, feitos de pergaminho, datados do quarto século em diante, ajudando assim a forma uma ponte mais confiável entre os manuscritos mais recentes e os originais.

O impacto da papirologia sobre os estudos bíblicos foi fenomenal. Muitos desses papiros datam dos primeiros três séculos da era cristã. Assim, é possível estabelecer o desenvolvimento da gramática nesse período, e, com base no argumento da gramática histórica, datar a composição dos livros do N.T. no primeiro século da era cristã. Na verdade, um fragmento do Evangelho de João encontrado no Egito pode ser paleograficamente datado de aproximadamente 125 AD! Descontado um certo tempo para o livro entrar em circulação, deve-se atribuir ao quarto Evangelho uma data próxima do fim do primeiro século - é exatamente isso que a tradição cristã conservadora tem atribuído a ele. Ninguém duvida que os outros três Evangelhos são um pouco anteriores ao de João. Se os livros do N.T. foram produzidos durante o primeiro século, foram escrito bem próximo dos eventos que registram e não houve tempo de ocorrer qualquer desenvolvimento evolutivo.
Todavia, a contribuição dessa massa de papiros de todo tipo não pára aí. Eles demonstram que o grego do N.T. não era um tipo de linguagem inventada pelos seus autores, como se pensava antes. Ao contrário, era, de modo geral, a língua do povo dos primeiros séculos da era cristã. Menos de 50 palavras em todo o N.T. foram cunhadas pelo apóstolos. Além disso, os papiros demonstraram que a gramática do N.T. grego era de boa qualidade, se julgada pelos padrões gramaticais do primeiro século, não pelos do período clássico da língua grega. Além do mais, os papiros gregos não-bíblicos ajudaram a esclarecer o significado de palavras bíblicas cujas compreensão ainda era duvidosa, e lançaram nova luz sobre outras que já eram bem entendidas.
Até recentemente, o manuscrito hebraico do Antigo Testamento (A.T.) de tamanho considerável mais antigo era datado aproximadamente do ano 900 da era cristã, e o A.T. completo era cerca de um século mais recente. Então, no outono de 1948, os mundos religioso e acadêmico foram sacudidos com o anúncio de que um antigo manuscrito de Isaías fora encontrado numa caverna próxima à extremidade noroeste do mar Morto. Desde então um total de 11 cavernas da região têm cedido ao mundo os seus tesouros de rolos e fragmentos. Dezenas de milhares de fragmentos de couro e alguns de papiro forma ali recuperado. Embora a maior parte do material seja extrabíblico, cerva de cem manuscritos (em sua maioria parciais) contêm porções das Escrituras. Até aqui, todos os livros do A.T., exceto Éster, estão representados nas descobertas. Como se poderia esperar, fragmentos dos livros mais freqüentemente citados no N.T. também são mais comuns em Qumran (o local das descobertas). Esses livros são Deuteronômio, Isaías e Salmos. Os rolos de livros bíblicos que ficaram melhor preservados e têm maior extensão são dois de Isaías, um de Salmos e um de Levítico.
O significado dos Manuscritos do Mar Morto é tremendo. Eles fizeram recuar em mais de mil anos a história do texto do A.T. (depois de muito debate, a data dos manuscritos de Qumran foi estabelecida como os primeiros séculos AC e AD). Eles oferecem abundante material crítico para pesquisa no A.T., comparável ao de que já dispunham há muito tempo os estudiosos do N.T. Além disso, os Manuscritos do Mar Morto oferecem um referencial mais adequado para o N.T., demonstrando, por exemplo, que o Evangelho de João foi escrito dentro de um contexto essencialmente judaico, e não grego, como era freqüentemente postulado pelos estudiosos. E ainda, ajudaram a confirma a exatidão do texto do A.T. A Septuaginta, comprovaram os Manuscritos do Mar Morto, é bem mais exata do que comumente se pensa. Por fim, os rolos de Qumran nos ofereceram novo material para auxiliar na determinação do sentido de certas palavras hebraicas.
Obs.:

A.T. = Antigo Testamento
N.T. = Novo Testamento



Fonte: “ A Bíblia Anotada

EVIDÊNCIAS - Como o Novo Testamento Chegou Até Nós? - Parte 2

EVIDÊNCIAS - Como o Novo Testamento Chegou Até Nós? - Parte 1

Podemos confiar no Novo Testamento? parte 3

Podemos confiar no Novo Testamento? Parte 2

Podemos confiar no Novo Testamento? Parte 1

sábado, 18 de julho de 2015

Novo Testamento - Veracidade e Historicidade - Parte 1

A arqueologia e a história tem nos ajudado a compreender e também a confirmar a veracidade do Novo Testamento. Mas o que é novo testamento? É a coleção de livros que compõe a segunda parte da Bíblia cristã. São ao todo vinte e sete livros, a saber: quatro evangelhos que narram a vida e ministério de Jesus, um livro dos atos dos apóstolos que contam os primórdios da igreja cristã, vinte uma cartas ou epístolas de diferentes autores e um livro de revelações chamado de apocalipse. Vamos entender um pouco mais sobre as histórias e fatos dessa tão importante obra.

A chamada cartas aos hebreus é considerada por muitos teólogos não como uma carta e sim como um tratado. Logo alguns acadêmicos entendem que deveríamos falar de vinte cartas e não vinte uma, mas esse é um detalhe teológico para outra ocasião. Pois bem, o teólogo Josh Mcdowell, escreveu certa vez, com muita propriedade, que o antigo testamento era a preparação para vinda do messias. Neste caso, os evangelhos seriam a sua manifestação, o livro de atos a proclamação de sua mensagem e as epístolas e explicação dela. E o livro de apocalipse seria a consumação da obra messiânica. Realmente, tudo na bíblia, parece gravitar em torno do messias, em torno de Jesus de Nazaré.

É importante saber que o novo testamento não foi escrito em hebraico como as escrituras judaicas, mas foi escrito antes em grego koinê. O motivo era que o grego se tornou a língua franca nos dias em que o novo testamento nasceu e o cristianismo progrediu. O próprio Império Romano adotou o grego como língua internacional a ser usada especialmente na parte oriental do seu território. Isso facilitaria o comércio, as exportações e controle administrativo das regiões conquistadas. Um fato interessante é que os romanos embora tivessem o latim como sua primeira língua não tinham o interesse em torná-lo uma língua universal. A razão disso é que se precisassem conversar algo mais particular, perto de colonos ou cidadãos sub-julgados, poderiam fazê-lo em latim, mantendo deste modo certo sigilo no diálogo.

A chance de um estrangeiro saber latim era tão pequena que assim eles poderiam se comunicar de maneira secreta, pois eles não estudavam o latim como estudavam o grego. Deste modo, autores do novo testamento se valeram do grego para escrever os seus documentos mesmo não sendo esta sua primeira língua. Eles queriam garantir que seus manuscritos fossem lidos e transmitidos para as gerações futuras. E não é que deu certo?

Hoje o novo testamento está publicado em mais de duas mil línguas e dialetos diferentes espalhados ao redor do mundo. Este é sem dúvida o livro mais divulgado em toda a história da humanidade. O novo testamento na verdade demorou um pouco para ser composto, algo acima de cinquenta anos até a sua finalização. E segundo a opinião de grande parte dos acadêmicos, da coleção que hoje nos chegou a carta inicial de Paulo aos Tessalonicenses teria sido o primeiro documento produzido e o evangelho de João teria sido o ultimo deles.

E o nome “Novo Testamento” de onde ele veio? A história vai nos dizer que tudo começou com Melito de Sardes que viveu no final do II século depois de Cristo. Melito preparou uma lista de livros sagrados das Escrituras e ao fazê-lo separou-os em dois grupos, os livros sagrados judaicos e os livros sagrados cristãos. Aos livros sagrados do judaísmo ele deu o nome de PALAIA DIATHEKE que significa antiga aliança. Aos livros sagrados cristão ele deu o nome de KAINÊ DIATHEKE que significa nova aliança. Encontramos também estes significados nos escritos de outro personagem, Irineu de Lyon. Autor da obra Adversus Haereses que foi um contemporâneo de Melito.

Por volta do IV e V século depois de Cristo o latim voltou a ser a língua oficial de todo Império Romano. Desta vez um outo autor chamado Jerônimo, fez a pedido do papa Damaso, uma nova tradução da Bíblia para o latim que foi intitulada de Vulgata Latina, traduzindo a palavra grega diatheke “aliança” substituindo por “testamentum”. Deste modo surgiram os títulos “Vetus Testamentum” ou “Antigo Testamento” para falar da antiga aliança e “Novum Testamentum” ou “Novo Testamento” para falar da nova aliança. Alguns acadêmicos argumentam se Jerônimo cometeu um erro. Porém, os estudos vão dizer que não necessariamente.

No tempo de Jerônimo a palavra testamentum, significava como também no português moderno, um testamento, ou seja, um documento que declara a vontade ultima de uma pessoa em relação de quem deveria herdar os seus bens após a sua morte. Os autores de fala grega de longa data chamavam este documento, estes testamentos de “diatheke” que poderia significar tanto aliança como testamento ou acordo, sendo assim as palavras são sinônimas. Daí a tradução de Jerônimo ficar “Novo Testamento”.
Agora, afinal o que é o Novo Testamento se não um documento oficial que revela a vontade de Jesus em relação aos seus filhos. Ele deseja que nós herdemos a vida eterna, e como brinde, ganhemos o direito de viver como príncipes no paraíso de Deus. É um testamento é uma aliança. E isto é maravilhoso? Não é mesmo?

Mas, precisamos lembrar, que esta expressão Novo Testamento, é apenas um título e o que importa é a mensagem que ela contém e a lembrança de que embora chamemos a primeira parte da Bíblia de Antigo testamento isto não significa que estejamos falando de uma parte ultrapassada e que não tem nada a ver com a doutrina cristã. É nas paginas da velha aliança que encontramos a base da nova aliança. A eterna aliança é inaugurada no ministério de Jesus, mas antecipada pelo Antigo Testamento.

Importa-nos, lembrar também, da seleção de livros que deveriam ou não compor o conjunto do novo testamento. Como é que chegaram a estes vinte e sete livros que temos hoje? Como é que foram escolhidos? Afinal de contas o cristianismo primitivo produziu muitos outros documentos inclusive uma boa quantidade de evangelhos. Mas porque apenas Mateus, Marcos, Lucas e João passaram a fazer parte do atual novo testamento? Esta é uma pergunta muito importante. Porque recentemente alguns autores tem colocado em dúvida a idoneidade das Escrituras, isto é, da lista oficial que compõe a Bíblia Sagrada, especialmente o Novo Testamento.

Alguns autores afirmam que foi Constantino e o concilio de Nicéia (ocorrido em 325 depois de Cristo) que definiram quais livros seriam ou não inseridos na Bíblia e que só aceitaram aqueles livros que não comprometiam a chamada ortodoxia da Igreja. Outros autores cristãos, por exemplo, haviam produzidos dezenas de evangelhos, mas apenas quatro foram liberados pela politica da Igreja para fazer parte do Canon sagrado. Noutras palavras, se isso for verdade o novo testamento não passa de uma manipulação politica engendrada pelo imperador juntamente com os líderes da Igreja. Isso é uma acusação muito séria, mas é uma acusação que simplesmente não procede.

Em primeiro lugar, Constantino tinha pouca ou nenhuma cultura teológica, logo ele mesmo não tinha nenhuma condição intelectual ou politica de oferecer uma direção relevante aos ditames do concilio. Prova disto é uma carta que ele mesmo enviou ao bisbo Ózio de Cordova relatando não entender nada sobre as questões cristológicas que estavam sendo discutidas naquele encontro. Além do mais, Constantino era simpatizante dos dois principais líderes gnósticos da ocasião, a saber, Ário e Eusébio de Nicomédia.

Os gnósticos eram um grupo que tinha interesse em acrescentar evangelhos estranhos ao Canon Sagrado da Bíblia Sagrada e eles tinham muito mais força politica que os demais. Logo se predominassem em Nicéia algo que fosse uma força politica, aí sim iriamos ter um Novo Testamento cheio de evangelhos gnósticos conforme eram os desejos dos teólogos de Alexandria, especialmente Ário. E tem outro detalhe a mais, o Concilio de Niceia, que como dissemos, aconteceu em 325 depois de Cristo, não tocou no assunto do Canon bíblico. Isso, aliás, nem fez parte da pauta para discussões.
Muito pelo contrário, os membros do concelho agiram como se o Canon já tivesse sido estabelecido anos antes. Tanto é que em 331 depois de cristo Constantino enviou uma carta para Eusébio de Cesareia encomendando a produção de cinquenta Bíblias. O texto dessa carta sobreviveu até aos dias de hoje e nada, absolutamente nada ali, indicam que livros deveriam ou não fazer parte do Canon Sagrado. O imperador queria apenas cópias da Bíblia e nada mais. Embora Atanásio tenha apresentado uma lista de vinte e sete livros em 267 depois de cristo, é fato conhecido que com apenas uma ou outra exceção a maior parte atual do novo testamento já era reconhecida, aceita e usada como autoridade por vários autores da Igreja bem antes do surgimento do concilio de Nicéia.

Em cerda de 180 antes de Cristo, Irineu de Lyon, fala de quatro evangelhos apenas e os compara aos quatro ventos do céu. E porque apenas quatro? Porque estes eram os únicos aceitos como legítimos. Além de Irineu, vários outros autores do II século, todos, portanto anteriores ao Concilio de Niceia, também aludiram ao Novo Testamento e aos textos evangélicos que hoje conhecemos. Entre estes autores temos Policarpo, Justino Martir, Pápias, Atenagoras e outros.

O teólogo anglicano John Borgam do século XVI chegou catalogar 86 mil citações do Novo Testamento em autores cristãos que viveram antes de Concílio de Niceia. É claro que tudo isso foi um processo. O Canon bíblico não caiu pronto do céu. Mas se não foi Constantino e Nicéia que definiram os livros do Novo testamento como foi que os primeiros cristãos decidiram que livros deveriam ou não fazer parte desta lista canônica.

Em primeiro lugar, é importante saber que a Igreja jamais decidiu ou escolheu livros, ela apenas reconheceu os inscritos por sua natureza de produção que já eram entendidos como inspirados desde o momento em que foram produzidos. Os sínodos e concílios posteriores da Igreja apenas ratificaram, isto é, confirmaram o reconhecimento dos primeiros cristãos. Até mesmo os gnósticos admitiam isso através do evangelho escrito por Valentino, um autor gnóstico do II século.

Mesmo antes disso Pedro já aceitava Paulo como autor inspirado. Paulo e João diziam ter recebido mensagens por revelação direta de Jesus cristo. Noutras palavras, os autores do Novo Testamento já pareciam reconhecer que estavam produzindo algo especial. O reconhecimento portanto que a Igreja fazia num inscrito inspirado era baseado em pelo menos três pilares ou critérios: a apostolicidade, a consistência e a universalidade. E o que significam estas três palavras?

A apostolicidade era o primeiro e principal critério para um livro fazer parte das escrituras cristãs, ou seja, ele deveria ter sido escrito por um apóstolo ou associado direto a um apóstolo de Jesus Cristo. Marcos por exemplo foi um associado do apóstolo Pedro. E Lucas do apóstolo Paulo. Contudo, se um livro foi escrito, mas de cem anos depois do tempo de Cristo, como parece ser o caso dos evangelhos apócrifos ele certamente não poderia pertencer a primeira relação ou geração daqueles que viram pessoalmente ao Senhor ressuscitado. Portanto não poderiam fazer parte do Canon e tinham a sua historicidade muito questionada.

A consistência se refere a harmonia doutrinaria que o texto deveria possuir com restante do Novo Testamento e também com o Antigo Testamento. Devido a uma aparente contradição entre Tiago e as Epístolas de Paulo, alguns demoraram aceitá-lo no Canon, mas hoje sabemos que tal contradição é apenas aparente.

 A universalidade trata-se de buscar o testemunho das igrejas primitivas, ou seja, saber se aquele texto circulou pelas igrejas cristãs como documento inspirado para edificação do grupo, do todo. A carta de Paulo aos tessalonicenses, por exemplo, não ficou apenas restritas, apenas aos cristãos da cidade de Tessalônica, pelo contrário, o seu original ou cópias dele certamente circulavam entre outras igrejas da Ásia Menor animando os irmãos na fé e explicando-lhes a doutrina de Jesus Cristo.

Agora ainda que não aceitássemos estes três critérios que mencionamos bastariam uma coisa para verificarmos que os textos apócrifos, especialmente os evangelhos apócrifos, não devem ser inseridos no Canon inspirado da Bíblia, sabe o que é? O seu conteúdo. Isso mesmo. Os evangelhos apócrifos são o maior argumento contra eles mesmos. Hoje existem várias traduções destes evangelhos gnósticos inclusive em língua portuguesa. O fragmento do evangelho de Tomé, por exemplo, datado do III século depois de Cristo. Neste evangelho conta-se que o menino Jesus construiu pequenas represas e fez pardais de barro para brincar com eles. Seu pai José acabou brigando com ele porque estava fazendo aquilo no dia de sábado. Então Jesus ficou irado, bateu palmas e os pardais foram embora. Os pardais de barro levantaram voo e foram cantando.

Noutra parte do mesmo evangelho, um menino qualquer passou correndo e esbarrou no ombro de Jesus. Este então ficou novamente irado, amaldiçoou o menino que morreu na mesma hora. Os pais do menino morto foram reclamar com José, o pai adotivo de Jesus, e por causa disto, ambos ficaram cegos. Histórias ridículas como estas relatadas acima povoam os textos apócrifos, não só dos evangelhos, mas também de outros tratados como os atos de João, os atos de Pedro, o apocalipse de Maria e outros textos mais. Não precisamos ir tão longe, para percebermos, que não se tratam jamais de histórias inspiradas por Deus.

Mas existem muitos que ainda podem dizer que os evangelhos canônicos, que estão em nossa Bíblia, também relatam histórias fora do comum, como por exemplo: Jesus andando sobre as aguas. Jesus subindo ao céu em carne e osso. Jesus alimentando milhares de pessoas com cinco pães e dois peixes. Mas o que questionamos nos apócrifos não são descrições de milagres, pois milagres podem de fato ocorrer. O que questionamos é a natureza imoral daqueles eventos. Multiplicar pães para saciar a fome é diferente de amaldiçoar um menino que acidentalmente esbarrou em seu ombro.

E se ainda existir alguém insatisfeito com os argumentos apresentados, vamos aqui, apresentar algo a mais, para desmentir que o cânon nasceu em Nicéia por influência de Constantino. Vamos, por um instante, supor que esta afirmação estivesse correta, ou seja, que o Novo Testamento seria mesmo fruto de uma trama politica envolvendo o Imperador de Roma e os líderes da igreja cristã daquele tempo. Vamos ainda supor que todos os inscritos que conspirassem contra a igreja fossem retirados arbitrariamente por feririam os pressupostos teológicos do Cristianismo.

Agora vamos raciocinar. E se foi realmente isso que aconteceu. Então temos um problema. É que por alguma razão, textos que deveriam ser excluídos acabaram ficando no cânon. E porque dizemos isso? Simplesmente porque o Novo Testamento contradiz varias praticas da igreja do IV século. Por exemplo: embora alguns cristãos preferissem ser batizados depois de adultos ou perto da hora da morte, a igreja nesta época já dava grande ênfase ao batismo infantil idealmente realizado nas primeiras semanas de vida do bebê.

Mas nada, nada no Novo Testamento endossa essa pratica, pelo contrário, as passagens neotestamentárias parecem coadunar mais com uma cerimônia batismal feita num etapa da vida em que a pessoa podia conscientemente  dizer se crê em Cristo e desta forma estar pronto para ser batizada. Noutras palavras, a ideia batismal do novo testamento conspirava contra a prática da Igreja do IV século.

Em 370 inicia-se uso de velas sobre o altar. Pelo fim do IV século Basílio de Cesaréia e Gregório Nazianzeno, inauguram o culto aos santos como intercessores diante de Deus. Também na mesma época, São Paulino de Nola, introduz o uso de crucifixo como amuletos e ensinam os cristãos a orarem pelos seus mortos. Novamente, nada disso tem confirmação no Novo Testamento, logo, se a preocupação da Igreja era criar artificialmente o cânon de livros que sustentassem os seus ensinos e seus dogmas, porque então forjou livros que legitimam estas praticas?

Agora, este ultimo exemplo, é ainda mais forte! Em 377 depois de Cristo, como podemos ver, sempre em torno do final do IV século, Santo Epífanio de Salames, inaugurou o que seria no futuro conhecido como o dogma do sono ou da morte da Maria. Seguido pelo milagre de sua assunção corpórea ao céu. Este dogma ensinava que Maria foi recebida nas alturas pelo próprio filho de Deus. Ora, esse importante ensinamento da igreja latina e também da igreja ortodoxa oriental, não se encontra em parte nenhuma dos textos canônicos nem no livro de Atos dos Apóstolos. Seu mais antigo relato estaria num evangelho apócrifo chamado “Liber Requiem Mariae” ou Livro do Repouso de Maria. Produzido igualmente no IV século depois de Cristo. Deste livro restou apenas uma cópia escrita em Ciríaco.

Novamente, por que o concilio de Niceia não incluiu esse importante documento no cânon? Por que deixou de fora um texto tão importante que validaria doutrinariamente o tema da assunção de Maria ao Céu? Vamos ainda mais longe. Por que o concilio de Niceia não forjou textos com supostos dizeres de Cristo profetizando a conversão de Constantino ou textos estabelecendo o bispo de Roma como líder inquestionável de toda cristandade? A resposta é obvia, simplesmente porque o concilio de Niceia, ainda que tivesse algo de politico, não se prestou a esse papel. E os que fazem tal afirmação, distorcem a história para criar dúvidas acerca da idoneidade da Palavra de Deus.


Bibliografia
- Bíblia Apologética com Apócrifos – Instituto Cristão de Pesquisas – Revisão 1997.
- https://pt.wikipedia.org 

- A história Ilustrada do Cristianismo: a era dos mártires até a era dos sonhos frustrados – Editora Vida Nova – Edição 2011.